Fusão
nuclear pode virar realidade o mais cedo que o esperado
A corporação
Lockheed Martin afirmou que pode estar uma década de distância de produzir uma
planta de energia com base em reatores de fusão compactos.
Reatores de
fusão ganharam grande destaque na imprensa porque têm importantes vantagens em
relação a outras fontes de energia.
Eles
utilizam fontes de combustível abundantes, não apresentam fuga de radiação
acima dos níveis normais de radiação de fundo e produzem menos lixo radioativo
que os atuais reatores de fissão. Ao contrário dos reatores que utilizam
fissão, a fusão nuclear não deve produzir materiais que podem ser utilizados em
armas nucleares. Em resumo, os reatores de fusão oferecem melhor contenção,
desligamento mais fácil, maior eficiência energética e menos resíduos
radioativos.
A tecnologia
para a execução de tal “equipamento maravilha” ainda não está disponível, mas
muitos projetos experimentais foram e estão sendo feitos por todo o mundo. Um
deles, o Skunkworks da Lockheed, anunciou durante uma apresentação no “Solve for X” do Google estar
mais próximo da realidade do que nunca.
Claro que,
com alto tão promissor, ainda faltam alguns obstáculos para sua concretização.
Apesar do
fato de a fusão nuclear ter sido descoberta como fonte de energia desde os anos
1950, reatores de fusão ainda não foram eficazmente ligados a uma fonte de
energia regular.
Tokamaks, o
primeiro protótipo de reator de fusão criado, gerava energia através de ímãs
que produziam calor em um anel gigante. Para fazer isso funcionar, era preciso
uma câmara de vácuo enorme em forma de rosquinha, e podia levar anos entre sua
construção e a geração de energia.
Como o
Tokamaks, a maioria dos projetos existentes exige recursos e infraestrutura que
normalmente apenas governos podem fornecer. Tais esforços de coordenação são
difíceis mesmo em tempos financeiros prósperos, então ainda não foram levados a
cabo.
Sendo assim,
em parte, é a viabilidade do projeto da Lockheed que o torna tão atraente.
Muito menor do que as tentativas de reatores de fusão tradicionais, o reator
compacto da Skunkworks utiliza um cilindro, e não um anel, o que contribui para
um campo magnético mais forte e deixa menos pontos pelos quais a energia pode
escapar.
Além disso,
o reator deve ser pequeno o suficiente para que um caminhão possa
transportá-lo, mas ainda robusto o suficiente para gerar energia para 100.000
casas.
Segundo
Charles Chace, da Lockheed, a empresa espera tornar a tecnologia possível
através de um método de contenção de plasma. “Há atualmente 1,3 bilhão de
pessoas sem acesso à energia. Para quem tem acesso, o uso de energia é
crescente e a demanda deve dobrar até 2050. As cerca de 1.200 novas usinas a
carvão gastariam trilhões e colocariam o meio-ambiente em perigo para atender
tal demanda. Temos uma possibilidade alternativa de energia, algo novo criado
pela combinação de diferentes partes de coisas que já existem”, disse.
A Lockheed
espera ter um modelo de teste disponível até 2017 e ampliá-lo para a produção
regular até 2022.
Fusão x
fissão
Na fissão
nuclear, a energia é obtida a partir da divisão de um átomo em dois. Em um
reator nuclear convencional, nêutrons de alta energia dividem átomos pesados de
urânio, proporcionando grandes quantidades de energia, radiação e lixo
radioativo por longos períodos de tempo.
video:
Na fusão
nuclear, a energia é obtida quando dois átomos são agrupados para formar um. Em
um reator de fusão, átomos de hidrogênio se agrupam para formar átomos de hélio,
nêutrons e grandes quantidades de energia. É o mesmo tipo de reação utilizado
pelas bombas de hidrogênio e pelo sol. É uma fonte de energia mais limpa,
segura, eficiente e abundante do que a fissão nuclear.
Há vários
tipos possíveis de reações de fusão, mas a maioria envolve isótopos de
hidrogênio chamados de deutério e trítio. Essas reações produzem partículas de
alta energia (prótons, elétrons, neutrinos, pósitrons) e radiação (luz, raios
gama).[POPSCI,ICOSA, HSW]
fonte:http://hypescience.com/reator-de-fusao-pode-chegar-ao-mercado-mais-cedo-que-o-esperado/
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