Cientistas
americanos testaram com sucesso uma terapia genética que visa atenuar problemas
de memória ligados ao mal de Alzheimer em ratos. O estudo sugere uma forma de
manter as células nervosas do cérebro se comunicando.
A terapia
aumentou os níveis de uma substância química que ajuda as células do cérebro a
sinalizarem umas para as outras. Tal sinalização é dificultada na doença.
A pesquisa
sugere que a substância química desempenha um papel importante na memória, mas
se esgota em pacientes de Alzheimer. O aumento desse produto químico do
cérebro, um neurotransmissor chamado EphB2, poderia ajudar a reduzir ou mesmo
prevenir alguns dos piores efeitos da doença.
Uma das
características mais evidentes dos cérebros de pacientes de Alzheimer é o
acúmulo de “placas” de uma proteína tóxica chamada amilóide. Com o tempo, isso
leva à morte das células cerebrais.
No entanto,
outra característica da amilóide é a sua aparente capacidade de se ligar
diretamente a EphB2, reduzindo a quantidade disponível do neurotransmissor para
as células no cérebro, o que pode em parte explicar os sintomas de memória
envolvidos na doença.
Para testar
essa ideia, os pesquisadores usaram experiências de terapia genética para
reduzir ou aumentar artificialmente a quantidade de EphB2 disponível nos
cérebros de ratos.
Quando os
níveis do produto químico foram reduzidos em ratos saudáveis, eles
desenvolveram sintomas de memória semelhantes aos observados em ratos criados
para ter uma condição semelhante à de Alzheimer.
Inversamente,
quando ratos com a condição semelhante a Alzheimer receberam a terapia de gene
que aumentou seus níveis de EphB2, os sintomas de memória desapareceram. Assim,
os pesquisadores chegaram a conclusão que o bloqueio de proteínas amilóides de
ligação a EphB2, e o aumento dos níveis ou funções da EphB2 com medicamentos
pode ser benéfico a pacientes de Alzheimer.
No entanto,
há cientistas que não acreditam totalmente na terapia como tratamento. Segundo
eles, o estudo não oferece uma resposta rápida aos pacientes de Alzheimer. Os
cérebros são extremamente complexos e entender como eles funcionam e tornam-se
danificados por doenças como o mal Alzheimer é uma tarefa gigantesca.
De fato, a
pesquisa acrescenta uma peça ao quebra-cabeça da doença, e fornece novas
pistas, ao sugerir uma forma de manter as células nervosas do cérebro se
comunicando, o que é vital para o pensamento e a memória. Porém, ninguém sabe
ainda se estes resultados conduzirão a um novo tratamento para a doença, o que
pode estar longe. [BBC]
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