China invade o espaço
© Colagem:
Voz da Rússia
|
A China
está se tornando uma potência espacial. Em 2013, tenciona colocar em órbita um
grupo de 20 sondas e satélites. Se os lançamentos programados tiverem sucesso,
Pequim ultrapassará Moscou e Washington nessa área importante.
Na segunda
metade do ano corrente, a China planeja enviar uma sonda de reconhecimento para
a Lua. O pouso na superfície lunar será o primeiro na história de programas
espaciais chineses, constituindo um novo passo na conquista do espaço. A nova
sonda chinesa deverá sobrevoar a Lua, efetuar o respetivo pouso e, depois de
transmitir informações sobre a superfície, regressar à Terra. Se tudo correr
bem, este será o primeiro desembarque nos últimos 40 anos a seguir ao malogrado
pouso de uma sonda soviética nos anos 70 do século passado.
O número de
engenhos espaciais colocados em órbita pela China já é igual à quantidade de
aparelhos análogos russos. No que se refere aos prazos de serviço técnico dos
satélites, a China está à frente da Rússia e, pelo número total de lançamentos,
atingiu, em 2010, o nível da Rússia. Naquele ano, os dois países efetuaram 15
lançamentos efetivos. Os foguetes chineses puseram em órbita 20 satélites e os
norte-americanos – 35.
Atualmente,
a China conta com 200 aparelhos espaciais em órbita, o que constitui 20% do seu
número total existente no mundo inteiro. Dos 20 engenhos que pretende colocar
em órbita ainda este ano, três quartos serão, direta ou indiretamente,
empregues para fins militares, revelou à emissora Voz da Rússia Vladimir Evseev,
diretor do Centro Analítico de Pesquisas Político-Sociais.
"A
China tem vindo a desenvolver uma sua esquadra submarina, integrando uma série
de submersíveis com mísseis balísticos a bordo. Desse ponto de vista, importa
muito a questão da navegação, que prevê o uso de sistemas espaciais específicos
e de satélites de comunicação. A par disso, a China está aumentando
potencialidades relativas ao emprego de complexos de mísseis móveis, que
precisam de informações procedentes de satélites."
Pequim
continua concretizando seus programas espaciais sob o pano de fundo da criação
pelos EUA de uma faixa de defesa antimíssil que se estende do Alasca até à
Austrália, passando pelo Japão, Coreia do Sul e Filipinas. A DAM
norte-americana tem por objetivo conter o crescimento do arsenal de mísseis
chineses, considera Vladimir Evseev. Para tal, poderá reagir a partir do espaço
cósmico.
"A
China está testando suas possibilidades quanto à contenção dos EUA na esfera
espacial, dedicando atenção espacial aos limites geográficos da DAM por possuir
um potencial limitado no domínio de mísseis balísticos intercontinentais. Uma
das tarefas do atual programa espacial passa pela obtenção de dados completos
sobre a existência de bases militares dos EUA. Também se pretende acompanhar
lançamentos de mísseis ao abrigo da DAM norte-americana na região asiática e
seguir com muita atenção as ações dos Aliados dos EUA – Japão, Coreia do Sul e
Taiwan."
Nos
primeiros dez anos do século XXI, a China investiu na realização do seu
programa espacial cerca de 11 bilhões de dólares, ou seja, uma soma 15 vezes
inferior aos meios canalizados para o efeito pelos EUA. Todavia, no que tange
aos ritmos de crescimento do financiamento de programas espaciais, a China
mantém a liderança mundial incontestável, tendo ultrapassado a Rússia e os EUA.

Nenhum comentário:
Postar um comentário