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Na Rússia
irá começar a funcionar, em 2020, o dispositivo laser mais potente do mundo,
que irá ser instalado num território restrito perto da cidade de Sarov,
distrito de Nijni Novgorod. Ele poderá ser usado por cientistas tanto russos,
como estrangeiros.
As suas
dimensões serão impressionantes: terá um comprimento de 360 metros e uma altura
de um edifício de 10 andares. Dezenas de institutos de investigação russos já
estão a participar na elaboração do projeto.
O
dispositivo se destina à investigação profunda dos diferentes aspetos da física
de alta energia. Sarov, a cidade dos físicos nucleares, não foi escolhida ao
acaso. Nos últimos 40 anos, na cidade foi desenvolvida a base tecnológica para
o fabrico de lasers potentes. Até finais de 2014, serão fabricados LEDs laser
especiais, dos quais várias centenas serão serão utilizados no dispositivo.
O laser de
Sarov se destina à investigação do plasma denso a altas temperaturas, antes de
mais dos processos associados à ignição e combustão do combustível termonuclear.
A questão são as crescentes necessidades da humanidade em energia e o
esgotamento dos combustíveis fósseis dentro de várias décadas. A construção de
um grande número de usinas nucleares poderia ser uma solução, mas para muitos
países essa escolha é inaceitável, especialmente depois dos acontecimentos de
Chernobyl e de Fukushima. Isso leva os especialistas em energia a associar o
futuro ao reator termonuclear: este não deixa resíduos radioativos e funciona
com isótopos de hidrogênio a partir da água vulgar. Os cientistas esperavam
construí-lo pouco depois da invenção da bomba de hidrogênio, mas a tarefa se
revelou muito complicada. Passaram quase seis décadas, mas ainda não existe
nenhum reator desses. O dispositivo laser poderá aproximar a sua criação,
explica o construtor geral de sistemas laser do Instituto Russo de Investigação
em Física Experimental, Serguei Garanin:
“Em 1963, os
cientistas soviéticos Nikolai Bassov e Oleg Krokhin propuseram tentar, com
ajuda de laser, a ignição de um alvo termonuclear e, nessa base, realizar uma
ignição termonuclear e desenvolver, em perspetiva, uma usina termonuclear. Se
trata de um esquema distinto do que era proposto anteriormente com confinamento
magnético. Com base nesse princípio, está neste momento a ser construído o
centro internacional ITER de Cadarache, em França. Já nós vamos usar o chamado
processo inercial. É quando o combustível termonuclear não deve a sua ignição
ao fato de ser mantidomquente por muito tempo, mas, pelo contrário, por ocorrer
a compressão da mistura termonuclear até uma grande densidade e alta
temperatura durante um período de tempo muito curto. Então ocorre uma
micro-explosão controlada.”
Enquanto
dura a micro-explosão, a partícula de combustível tem tempo de reagir, mas não
de se dispersar, é por isso que o regime se chama de inercial. A sequência
dessas micro-explosões termonucleares será provocada por uma série de erupções
do chamado laser de impulsos periódicos, continua Serguei Garanin:
“Para que
seja rentável obter energia elétrica a partir do sistema de impulsos, é preciso
que o laser dispare com uma frequência de cerca de 10 disparos por segundo. Na
realidade, lasers desses não existem. Mas será precisamente o desenvolvimento
das tecnologias de laser, que nós iremos realizar durante a criação desse
dispositivo, que irá contribuir para o aparecimento de novos materiais e de
novas abordagens na criação de lasers.”
De acordo
com o cientista, os processos e os parâmetros a serem obtidos nesse dispositivo
deverão ser muito semelhantes aos que ocorrem dentro do Sol e de outras
estrelas. Quanto às propriedades da substância com densidades e pressões
gigantescas, elas ainda foram pouco estudadas, por isso o laser de Sarov irá
atrair não só astrofísicos, mas também físicos teóricos e cientistas de muitas
outras especialidades.
fonte:http://portuguese.ruvr.ru/2013_02_14/Objetivo-micro-explosao-nuclear/
fonte:http://portuguese.ruvr.ru/2013_02_14/Objetivo-micro-explosao-nuclear/

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