Chelyabinsk
põe os políticos a pensar
AFP
O tema de
meteorito de Chelyabinsk está sendo discutido nas redes sociais do mundo
inteiro. Há comentários de todo tipo: desde comentários em pânico sobre o
iminente fim do mundo a expressões de admiração por termos visto um espetáculo
dos mais raros.
Igor
Korotchenko, renomado especialista em assuntos militares, comentou aos
microfones da Voz da Rússia o que se deve esperar de eventuais chuvas de
meteoros no futuro e se a humanidade será capaz de responder a esta ameaça ou
não.
Meteorito
caído nos Urais poderá provocar chuvas ácidas
Na cidade
russa de Chelyabinsk, localizada nos Urais, a onda de choque originada pela
explosão do meteorito na atmosfera, destruiu parcialmente instalações de uma
das fábricas, quebrou vidros das janelas de muitos prédios e causou falhas no
fornecimento de gás e nas redes de telecomunicações celular. Será possível que
ninguém soubesse nada com antecedência sobre o meteorito? Como apontou Igor
Korotchenko, trata-se de um fenômeno natural que, por enquanto, escapa a
quaisquer meios de controlo. Mesmo os sistemas de defesa antimíssil são
impotentes em tais casos, pois na base de seu funcionamento está o cálculo da
trajetória de voo do míssil balístico ainda em fase de aceleração e seu abate
num dos segmentos desta trajetória. No caso de meteoritos, tais sistemas não
são eficientes:
"Primeiro,
não existem métodos fiáveis de deteção e controle a não ser os métodos
clássicos de astronomia, os quais só funcionam quando se trata de objetos
bastante grandes, com 100 metros ou mais de diâmetro. Não há maneira de
intercetar e destruir semelhantes asteroides: não há foguetes, nem métodos de
operação, nem meios de deteção, nem, o que é o mais importante ainda, sistemas
de guiamento."
Igor
Korotchenko acredita que hoje em dia a humanidade está indefesa em face de
ameaças procedentes do espaço. No entanto, o perito está convencido de que, no
futuro, a cooperação internacional ajudará a superar este problema:
"Acho
que deve ser formado um time, no âmbito da cooperação russo-estadunidense,
encarregado de analisar as ameaças globais, uma das quais, naturalmente, é a
dos asteroides. É preciso criar equipes de investigação que seriam capazes de
oferecer, ao menos em teoria, algumas receitas, definir o que se pode fazer em
matéria de monitoramento e, o mais importante, de resposta adequada."
O
especialista frisou que, se o meteorito tivesse um tamanho um pouco maior, o
dano poderia ser equiparável às consequências de um bombardeamento
termonuclear. O que implica, por si só, uma outra pergunta: não seria isso
entendido como um sinal para dar resposta lançando mísseis nucleares em direção
do oponente potencial? Igor Korotchenko tem certeza de que na Rússia tal não
iria acontecer:
"Quaisquer
medidas de resposta baseiam-se em informações do sistema de prevenção de
ataques de mísseis. Nossas armas nucleares poderão ser ativadas e o golpe de
resposta poderá ser desferido só após a comprovação, de forma fidedigna, de ter
realmente havido um lançamento de mísseis por parte do “inimigo” contra nosso
país."
O
especialista fez lembrar que políticos russos chamaram a atenção para o
problema da ameaça de asteroides ainda no ano passado. Em particular, o então
representante da Rússia na OTAN, Dmitri Rogozin, propôs aos membros da aliança
militar enfrentarem conjuntamente, em vez do projeto questionável do sistema
europeu de defesa antimíssil, os problemas de ameaças procedentes do espaço. Na
altura, suas palavras provocaram comentários sarcásticos no Ocidente. Seria
interessante saber o que pensam hoje os seus autores.

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