Quase todos
os dias a imprensa mundial lança notícias sobre asteróides que passarão
próximos à Terra. Algumas delas dão conta de que o impacto será fulminante e
acontecerá em breve.
Filmes de
ficção e aventura, como "Impacto Profundo" colaboram para disseminar
o pânico, fazendo parecer líquido e certo que de fato uma colisão está a
caminho.
Afinal
de contas, isso tudo é ficção ou existe mesmo essa possibilidade?
Para
responder essa pergunta, é importante saber primeiro o que é um asteróide e
onde eles estão. É isso o que veremos na primeira parte desta matéria.
Os
asteróides
Asteróides
são rochas irregulares cuja maioria orbita uma região do espaço entre Marte e
Júpiter, conhecida como "Cinturão de Asteróides". Elas existem aos
milhares e por serem muito pequenas, não são considerados planetas.
Pelo menos
dezesseis desses objetos têm um diâmetro maior que 240 km e um deles, o maior
de todos e batizado de Ceres(foto), tem um diâmetro de aproximadamente 1000 km.
Atualmente é
aceito pela maioria dos cientistas que essas rochas são fragmentos de um
planeta que não chegou a se formar, mas seus pedaços permanecem orbitando o
Sol.
Os
asteróides não estão presentes apenas no "Cinturão de Asteróides",
mas também orbitam outras regiões do sistema solar e já foram descobertos desde
o interior da órbita da Terra até para além da órbita de Saturno.
A grande
maioria no entanto, orbita entre Marte e Júpiter e se permanecessem no seu
lugar, praticamente não representariam riscos. No entanto, diversos mecanismos
podem fazê-los sair de suas órbitas.
Como exemplo,
a colisão entre os próprios asteróides ou a forte atração gravitacional de
Júpiter pode modificar a trajetória alguns deles, deslocando-os do Cinturão
para uma nova órbita, capaz de cruzar a órbita terrestre.
Apolos,
Amor e Atens
Outro grupo
de asteróides, conhecidos por Apolos, Amor e Atens, circulam em regiões
distintas do Sistema Solar. Estes objetos representam um risco muito mais
imediato do que os do Cinturão, já que suas órbitas naturais cruzam a órbita da
Terra.
Por cruzarem
nossa órbita, alguns desses objetos já atingiram nosso planeta em tempos
passados. Um exemplo real dessa colisão com a Terra é a cratera formada pelo
Meteoro Barringer, próximo a Winslow, no Arizona, EUA, visto abaixo.
Os
asteróides Aten ficam na maior parte do tempo entre o Sol e a Terra, o que
significa que vários deles cruzam a órbita do nosso planeta.
Os
astrofísicos acreditam que existam milhares de asteróides Aten, mas apenas 550
foram descobertos, já que é praticamente impossível observá-los a partir da
Terra.
Os
asteróides são objetos pequenos e de baixa reflexão, tornando impraticável sua
detecção pelos telescópios em Terra. Em outras palavras, alguns desses corpos
podem chegar muito próximo de nós sem que ningúem os veja.
Esse
problema está sendo contornado pelas grandes agências espaciais, que estão
usando satélites para fazer uma verdadeira varredura espacial, medindo posições
com grande precisão. Além do mais, os satélites podem olhar regiões próximas ao
Sol sem qualquer dificuldades, impossível daqui da Terra.
O maior
problema é que ninguém, da NASA, a agência espacial americana, ou da ESA, a
agência européia, sabe exatamente quantos asteróides existem. Nenhum
astrofísico, em nenhum observatório, pode responder com certeza essa pergunta.
Recentemente,
usando dados obtidos pelo satélite infravermelho ISO( Infrared Space
Observatory),da ESA, os astrônomos concluíram que existe cerca de 2 milhões de
asteróides com mais de 1 quilômetro de comprimento situados no Cinturão de
Asteróides, mas o número exato é uma incógnita.
Parte
2: Os riscos de colisão e como fazer para evitá-los.
Riscos de
colisão
É
extremamente difícil estimar o risco real que os asteróides representam para
nosso planeta.
Diariamente,
um grande número de desses objetos são observados e têm suas órbitas
recalculadas, mas até mesmo os pesquisadores se surpreendem com alguns
asteróides que se aproximam do nosso planeta sem que tenham sido observado
anteriormente.
Em dezembro
de 2001, observações astronômicas mostraram que um desses objetos passaria
muito próximo da Terra. No dia 7 de janeiro, esse asteróide, batizado de 2001
YB5, passou a apenas 600 mil quilômetros de distância do nosso planeta. Essa
distância, duas vezes a distância entre a terra e a Lua, é considerada muito
pequena em termos astronômicos.
O 2001 YB5
tinha um diâmetro estimado de 350 metros e se chocasse com a suerfície, a
quantidade de energia liberada seria a mesma produzida por dezenas de bombas
atômicas.
No dia 8 de
marco de 2002, outro asteróide, batizado de 2002 EM7, passou a somente 461 mil
quilômetros de distância. Como se deslocava da direção do Sol para a Terra, os
observadores só conseguiram observá-lo 4 dias depois de ter alcançado a maior
aproximação com nosso planeta.
O 2002 EM7 é um dos 10 objetos conhecidos que mais se aproximou da Terra. Caso tivesse se chocado com a superfície, produziria um estrago maior que aquele verificado em 1907, quando um asteróide destruiu uma grande extensão de floresta próximo à Tunguska, na Sibéria.
Colisão
em 2027
Dias atrás foi alardeado que outro asteróide, conhecido por 1999 AN10, deverá se chocar com a Terra no dia 7 de agosto de 2027. É importante informar que não existe nada que comprove que este objeto, de aproximadamente 1.5 quilômetro de diâmetro, irá de fato, colidir com a Terra.
As últimas
observações mostram que a menor distância que esse corpo poderia se aproximar
do nosso planeta é de 37 mil quilômetros. Essa é a menor distância,
considerando-se todos os extremos.
De acordo
com o JPL, Laboratório de Propulsão a Jato, da NASA, a possibilidade de choque
do 1999 AN10 com a Terra é zero, mesmo assim sua passagem será muito próxima.
Para 2039,
quando ocorrerá nova aproximação do 1999 AN10, as chances de impacto aumentam,
mas segundo os pesquisadores Andrea Milani, Steven Chesley e Giovanni
Valsecchi, o cenário é incerto, com probabilidade de impacto de 1 em 10
milhões.
O mais
perigoso
Recentemente,
os pesquisadores descobriram outro asteróide, batizado de 1950 DA, visto na
imagem ao lado. Ao que tudo indica, até agora esse é o objeto que maiores
chances tem de impactar diretamente com a Terra.
Segundo
dados do JPL, as chances de colisão são da ordem de 1 em 300 e deverá acontecer
no ano de 2880. Esse objeto, um esferóide assimétrico, tem um diâmetro de 1.1
km e gira ao rodor do próprio eixo em 2.1 horas, o mais rápido movimento
rotacional observado em um asteróide desse tamanho.
Conclusão
Pelo que foi
exposto, torna-se claro que, para os objetos conhecidos, e que têm sua dinâmica
orbital estudada continuamente, os riscos de impacto são muito baixos. O
problema surge com os asteróides desconhecidos, que se aproximam sem serem
vistos, além de asteróides como 1999 AN10, que se aproximam muito da Terra. (O
grifo é meu: ''Não seria o caso de enquadrarmos aqui o asteroide que se chocará
com a Terra descrito na Biblia como estrela de Absinto? E pelo cumprimento das
profecias biblicas ele não está muito longe! Quem viver verá.)
Cientistas
especializados em riscos planetários dizem que se um asteróide de grandes
proporções rumasse de fato em direção à Terra, não haveria tempo suficiente
para uma contra medida.
Todas as
peripécias vistas em filmes, como bombas nucleares fragmentando os asteróides,
são de fato ficção, já que a tecnologia necessária para isso não existe.
Estimativas
mostram que seriam necessários pelo menos 20 anos, após a detecção de um
asteróide em rota de colisão, para que uma tecnologia para desviá-lo ou
destruí-lo fosse desenvolvida.
A dúvida
atual é a de quantos asteróides ainda não descobertos poderão nos surpreender,
já que surgem quase de repente à nossa frente.http://www.apolo11.com/
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