quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

OS ASTEROIDES E A ESTRELA DE ABSINTO

Os asteróides podem mesmo colidir com a Terra? É possível evitar ?

Quase todos os dias a imprensa mundial lança notícias sobre asteróides que passarão próximos à Terra. Algumas delas dão conta de que o impacto será fulminante e acontecerá em breve.

Filmes de ficção e aventura, como "Impacto Profundo" colaboram para disseminar o pânico, fazendo parecer líquido e certo que de fato uma colisão está a caminho.

Afinal de contas, isso tudo é ficção ou existe mesmo essa possibilidade?

Para responder essa pergunta, é importante saber primeiro o que é um asteróide e onde eles estão. É isso o que veremos na primeira parte desta matéria.

Os asteróides


Asteróides são rochas irregulares cuja maioria orbita uma região do espaço entre Marte e Júpiter, conhecida como "Cinturão de Asteróides". Elas existem aos milhares e por serem muito pequenas, não são considerados planetas.

Pelo menos dezesseis desses objetos têm um diâmetro maior que 240 km e um deles, o maior de todos e batizado de Ceres(foto), tem um diâmetro de aproximadamente 1000 km.

Atualmente é aceito pela maioria dos cientistas que essas rochas são fragmentos de um planeta que não chegou a se formar, mas seus pedaços permanecem orbitando o Sol.

Os asteróides não estão presentes apenas no "Cinturão de Asteróides", mas também orbitam outras regiões do sistema solar e já foram descobertos desde o interior da órbita da Terra até para além da órbita de Saturno.

A grande maioria no entanto, orbita entre Marte e Júpiter e se permanecessem no seu lugar, praticamente não representariam riscos. No entanto, diversos mecanismos podem fazê-los sair de suas órbitas.

Como exemplo, a colisão entre os próprios asteróides ou a forte atração gravitacional de Júpiter pode modificar a trajetória alguns deles, deslocando-os do Cinturão para uma nova órbita, capaz de cruzar a órbita terrestre.

Apolos, Amor e Atens

Outro grupo de asteróides, conhecidos por Apolos, Amor e Atens, circulam em regiões distintas do Sistema Solar. Estes objetos representam um risco muito mais imediato do que os do Cinturão, já que suas órbitas naturais cruzam a órbita da Terra.

Por cruzarem nossa órbita, alguns desses objetos já atingiram nosso planeta em tempos passados. Um exemplo real dessa colisão com a Terra é a cratera formada pelo Meteoro Barringer, próximo a Winslow, no Arizona, EUA, visto abaixo.


Os asteróides Aten ficam na maior parte do tempo entre o Sol e a Terra, o que significa que vários deles cruzam a órbita do nosso planeta.

Os astrofísicos acreditam que existam milhares de asteróides Aten, mas apenas 550 foram descobertos, já que é praticamente impossível observá-los a partir da Terra.

Os asteróides são objetos pequenos e de baixa reflexão, tornando impraticável sua detecção pelos telescópios em Terra. Em outras palavras, alguns desses corpos podem chegar muito próximo de nós sem que ningúem os veja.

Esse problema está sendo contornado pelas grandes agências espaciais, que estão usando satélites para fazer uma verdadeira varredura espacial, medindo posições com grande precisão. Além do mais, os satélites podem olhar regiões próximas ao Sol sem qualquer dificuldades, impossível daqui da Terra.

O maior problema é que ninguém, da NASA, a agência espacial americana, ou da ESA, a agência européia, sabe exatamente quantos asteróides existem. Nenhum astrofísico, em nenhum observatório, pode responder com certeza essa pergunta.

Recentemente, usando dados obtidos pelo satélite infravermelho ISO( Infrared Space Observatory),da ESA, os astrônomos concluíram que existe cerca de 2 milhões de asteróides com mais de 1 quilômetro de comprimento situados no Cinturão de Asteróides, mas o número exato é uma incógnita.

Parte 2: Os riscos de colisão e como fazer para evitá-los.
Riscos de colisão

É extremamente difícil estimar o risco real que os asteróides representam para nosso planeta.

Diariamente, um grande número de desses objetos são observados e têm suas órbitas recalculadas, mas até mesmo os pesquisadores se surpreendem com alguns asteróides que se aproximam do nosso planeta sem que tenham sido observado anteriormente.
Em dezembro de 2001, observações astronômicas mostraram que um desses objetos passaria muito próximo da Terra. No dia 7 de janeiro, esse asteróide, batizado de 2001 YB5, passou a apenas 600 mil quilômetros de distância do nosso planeta. Essa distância, duas vezes a distância entre a terra e a Lua, é considerada muito pequena em termos astronômicos.

O 2001 YB5 tinha um diâmetro estimado de 350 metros e se chocasse com a suerfície, a quantidade de energia liberada seria a mesma produzida por dezenas de bombas atômicas.

No dia 8 de marco de 2002, outro asteróide, batizado de 2002 EM7, passou a somente 461 mil quilômetros de distância. Como se deslocava da direção do Sol para a Terra, os observadores só conseguiram observá-lo 4 dias depois de ter alcançado a maior aproximação com nosso planeta.

O 2002 EM7 é um dos 10 objetos conhecidos que mais se aproximou da Terra. Caso tivesse se chocado com a superfície, produziria um estrago maior que aquele verificado em 1907, quando um asteróide destruiu uma grande extensão de floresta próximo à Tunguska, na Sibéria.

Colisão em 2027

Dias atrás foi alardeado que outro asteróide, conhecido por 1999 AN10, deverá se chocar com a Terra no dia 7 de agosto de 2027. É importante informar que não existe nada que comprove que este objeto, de aproximadamente 1.5 quilômetro de diâmetro, irá de fato, colidir com a Terra.

As últimas observações mostram que a menor distância que esse corpo poderia se aproximar do nosso planeta é de 37 mil quilômetros. Essa é a menor distância, considerando-se todos os extremos.

De acordo com o JPL, Laboratório de Propulsão a Jato, da NASA, a possibilidade de choque do 1999 AN10 com a Terra é zero, mesmo assim sua passagem será muito próxima.

Para 2039, quando ocorrerá nova aproximação do 1999 AN10, as chances de impacto aumentam, mas segundo os pesquisadores Andrea Milani, Steven Chesley e Giovanni Valsecchi, o cenário é incerto, com probabilidade de impacto de 1 em 10 milhões.

O mais perigoso

Recentemente, os pesquisadores descobriram outro asteróide, batizado de 1950 DA, visto na imagem ao lado. Ao que tudo indica, até agora esse é o objeto que maiores chances tem de impactar diretamente com a Terra.

Segundo dados do JPL, as chances de colisão são da ordem de 1 em 300 e deverá acontecer no ano de 2880. Esse objeto, um esferóide assimétrico, tem um diâmetro de 1.1 km e gira ao rodor do próprio eixo em 2.1 horas, o mais rápido movimento rotacional observado em um asteróide desse tamanho.

Conclusão

Pelo que foi exposto, torna-se claro que, para os objetos conhecidos, e que têm sua dinâmica orbital estudada continuamente, os riscos de impacto são muito baixos. O problema surge com os asteróides desconhecidos, que se aproximam sem serem vistos, além de asteróides como 1999 AN10, que se aproximam muito da Terra. (O grifo é meu: ''Não seria o caso de enquadrarmos aqui o asteroide que se chocará com a Terra descrito na Biblia como estrela de Absinto? E pelo cumprimento das profecias biblicas ele não está muito longe! Quem viver verá.)

Cientistas especializados em riscos planetários dizem que se um asteróide de grandes proporções rumasse de fato em direção à Terra, não haveria tempo suficiente para uma contra medida.

Todas as peripécias vistas em filmes, como bombas nucleares fragmentando os asteróides, são de fato ficção, já que a tecnologia necessária para isso não existe.

Estimativas mostram que seriam necessários pelo menos 20 anos, após a detecção de um asteróide em rota de colisão, para que uma tecnologia para desviá-lo ou destruí-lo fosse desenvolvida.

A dúvida atual é a de quantos asteróides ainda não descobertos poderão nos surpreender, já que surgem quase de repente à nossa frente.http://www.apolo11.com/



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