sábado, 15 de dezembro de 2012

ACIDENTE NUCLEAR NO JAPÃO É 100 VEZES MAIS GRAVE

ACIDENTE NUCLEAR NO JAPÃO É 100 VEZES MAIS GRAVE DO QUE O ESTIMADO

A Agência de Segurança Nuclear e Industrial do Japão, NISA, elevou para 7 o nível de gravidade do acidente nuclear da usina de Fukushima. Esta é a segunda vez na história que um acidente desse tipo é classificado ao nível máximo. A primeira vez foi em 1986, após a explosão do reator de Chernobyl, na Ucrânia.


O nível 7 é o status mais elevado na escala INES (Escala Internacional para Eventos Nucleares e Radiológicos) , que classifica como "incidentes" os níveis de 1 a 3 e como "acidentes" os níveis de 4 a 7. Os níveis consideram três áreas de impacto: as pessoas e o ambiente, as barreiras radiológicas e de controle e o nível das defesas empregadas.

Cada ponto na escala significa um evento dez vezes maior. Até 11 de abril, as autoridades japonesas classificavam o evento como de Nível 5. Assim, o incremento de 2 pontos significa que o acidente nuclear de Fukushima é 100 vezes mais danoso do que o suposto anteriormente.

De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), apesar do aumento na classificação ainda é muito cedo para comparar o acidente da usina de Fukushima ao de Chernobyl. Segundo a agência, a quantidade de material radioativo liberado no Japão é cerca de 10 vezes menor que o estimado em Chernobyl, além de serem acidentes com características diferentes.

Evacuação

Na prática, a elevação do grau de risco mostra que é extremamente séria a possibilidade de contaminação ao redor da usina, o que forçou as autoridades japonesas a ampliarem a zona de evacuação para 60 km na direção norte e 40 km no sentido sul, englobando agora mais cinco comunidades que deverão ser removidas.

Reator

Apesar dos níveis de radioatividade estarem caindo desde que as primeiras medidas de correção foram tomadas, não existe um relatório definitivo sobre o estado em que se encontram as varetas de urânio que alimentam o reator. No entanto, devido à grande quantidade de água que está sendo bombeada para o interior da usina, é possível inferir que as barras de absorção de nêutrons, que controlam a fissão nuclear, não estejam mais agindo, o que pode ter levado à fusão parcial das varetas de combustível nuclear.

Caso as varetas estejam fora de controle e a reação em cadeia não possa mais ser interrompida, o que parece bastante provável, não restarão aos engenheiros japoneses muitas alternativas para conter da radiação que vaza da usina há mais de 30 dias. Entre as soluções está a lacração definitiva do reator número 2, que seria recoberto com concreto, aço e chumbo a exemplo de Chernobyl ou então o contínuo bombeamento de água do mar, a fim de manter a temperatura das barras em níveis abaixo do ponto de fusão, situação que significaria perder o controle sobre o reator.

Seja como for, é quase certo que as áreas dentro do perímetro de exclusão não poderão mais ser habitadas por um longo período de tempo. Em Chernobyl, passado 35 anos desde o acidente, os níveis de radiação continuam muito acima do permitido, com 5 milhões de hectares de terras inutilizados e contaminação significativa das florestas daquela região da Ucrânia.

Artes: No topo, gráfico mostra os níveis de radiação na usina de Fukushima Daichi ao longo do tempo. Em 20 de março 2011 os níveis chegaram a 4 mil microSieverts. Em 8 de abril de 2011 os valores caíram a menos de 800 microSieverts na entrada principal da usina, número extremamente alto e letal aos seres humanos. Acima, esquema de controle de um reator nuclear e exemplificação dos possíveis danos ocorridos no interior do reator número 2 de Fukushima. Créditos: TEPCO/Apolo11.com/CNEN.


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