GOVERNO JAPONÊS ANUNCIOU EM 2011, 20 KM DE EXCLUSÃO EM
TORNO DA USINA DE FUKUSHIMA
Medida que tem força de lei proíbe entrada num
raio de 20 quilômetros ao redor do complexo nuclear
iG São Paulo
Foto: Reuters
Foto: Reuters
Policiais bloqueiam estradas em Fukushima
O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan,
anunciou nesta quinta-feira que a área de evacuação num raio de 20 quilômetros
da usina nuclear de Fukushima agora é uma zona de entrada proibida. Até agora,
o governo tinha recomendado que os moradores deixassem a região, mas não exigia
isso legalmente.
A partir da meia-noite desta sexta-feira (hora
local), a medida passa a ter força de lei. Assim, quem não cumprir a medida
poderá responder a processo, pagar multa de até US$ 1.200 (cerca de R$ 1.800) e
até passar 30 dias na prisão.
A proibição foi anunciada durante uma visita
do premiê à província de Fukushima. "Decidimos designar a área como 'área
de emergência', com base na lei de desastres", explicou à imprensa o
secretário-chefe do gabinete, Yukio Edano. "A usina não está estabilizada
e nós temos pedido aos moradores para que não entrem na área por causa do
grande risco para a segurança deles".
Segundo a polícia japonesa, cerca de 60
famílias continuam vivendo na área de evacuação. As autoridades querem ter um
controle maior da entrada de pessoas na região, por isso a partir de agora quem
quiser voltar para buscar pertences terá de ter uma autorização especial para
entrar rapidamente na zona de controle.
Crise nuclear
Os moradores próximos da usina foram
instruídos a deixar suas casas após o terremoto seguido de tsunami no dia 11 de
março. Os dois desastres naturais causaram uma série de problemas na usina nuclear,
que perdeu o sistema de resfriamento dos reatores e materiais radioativos
vazaram para o meio ambiente.
Cerca de 80 mil moradores foram retirados da
região e atualmente estão abrigados em ginásios e instalações públicas.A espera
para poder voltar às suas casas deverá ser longa, já que a Tokyo Electric Power
(Tepco), empresa que opera a usina, calcula que serão ainda necessários cerca
de três meses para reduzir a radioatividade e entre seis a nove meses para dar
ter o controle total dos reatores.
Atualmente, os técnicos na usina estão se
preparando para retirar água com alto nível de contaminação do subsolo das
instalações e assim começar o trabalho de reparação dos sistemas de
resfriamento dos reatores.
Água do mar
Também nesta quinta-feira, a Tepco disse que
as substâncias radioativas liberadas no mar durante mais de seis dias são
estimadas em 5 mil terabecquerels, ou seja, 20 mil vezes mais do que o limite
anual permitido.
Segundo a agência Kyodo, esse material
radioativo vazou com cerca de 520 toneladas de água do reator número 2. Os
vazamentos foram descobertos no dia 2 de abril e só foram contidos no dia 6.
O total é bem abaixo dos 370 mil a 600 mil
terabecquerels que, estima-se, foram liberados na atmosfera pela usina. Mas é
30 mil vezes mais do que a quantidade de substâncias que a Tepco despejou no
mar para assegurar espaço no reservatório para colocar a água altamente
contaminada.
Com BBC e EFE
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