Avanço
do mar muda litoral brasileiro; veja situação em cada Estado
O avanço do mar é um fenômeno registrado no litoral dos 17 Estados
brasileiros banhados pelo oceano Atlântico. Levantamentos recentes apontam que,
além de avançar em uma velocidade acima do normal em alguns locais, o mar
também está recuando em parte significativa do litoral, o que vem mudando o
mapa litorâneo. Especialistas preveem alterações ainda mais significativas nos
próximos anos
Veja a situação em cada Estado, a fonte é o "Estudo Erosão e Progradação do Litoral Brasileiro", do Ministério do Meio Ambiente
Veja a situação em cada Estado, a fonte é o "Estudo Erosão e Progradação do Litoral Brasileiro", do Ministério do Meio Ambiente
- Alagoas
A costa do Estado de Alagoas caracteriza-se por grande desenvolvimento de
estuários e manguezais, plataforma continental estreita, coberta por sedimentos
carbonáticos e com grande desenvolvimento de recifes. Tal configuração, aliada
ao fraco fornecimento de sedimentos pelos rios,confere a esta costa uma alta
vulnerabilidade.
A presença de falésias vivas e de rochas mesozóicas da Bacia Alagoas, somadas à quase ausência de planícies e as ocupações do homem ao litoral, são responsáveis pelos graves problemas ambientais relacionados à erosão marinha que atinge as praias do Estado. A erosão marinha é mais evidenciada nos setores norte e central, sendo estes os mais ocupados e urbanizados do litoral alagoano.
A presença de falésias vivas e de rochas mesozóicas da Bacia Alagoas, somadas à quase ausência de planícies e as ocupações do homem ao litoral, são responsáveis pelos graves problemas ambientais relacionados à erosão marinha que atinge as praias do Estado. A erosão marinha é mais evidenciada nos setores norte e central, sendo estes os mais ocupados e urbanizados do litoral alagoano.
- Amapá
Alguns trechos com significantes reentrâncias são resultantes de processo
erosivo. Em comparação ao estudo das zonas costeiras dos setores nordeste,
central e sul do Brasil, os estudos são bastante recentes e localizados, em
função também das dificuldades de acesso e devem nos próximos anos trazer novos
cenários.
- Bahia
Tem 26% do litoral em erosão, 6% em progradação e 8% estabilizado por
obras de engenharia. Os números mostram que a maior parte da linha de costa
encontra-se em equilíbrio. Os principais casos de erosão estão associados à
dinâmica de desembocaduras fluviais (migração lateral no caso de pequenos
cursos d?água, mudanças na configuração das barras de desembocadura e variações
naturais da vazão sólida e líquida). Outros casos de erosão severa estão
associados à retenção de areia por instalações portuárias (Ilhéus) e em cabos
inconsolidados (Caravelas). Os casos mais significativos de progradação foram
verificados nas desembocaduras dos rios Jequitinhonha e Contas.
- Ceará
O Estado do Ceará apresenta uma linha de costa de 573 km que vem sofrendo
extensivos processos erosivos. A implantação de equipamentos tais como áreas
portuárias e desenvolvimento urbano foram avaliados. As variações sazonais de
direção do vento, ondas, a configuração de marés altas em swells, o barramento
de corredores eólicos, e ocupação inadequada são as principais causas dos processos
erosivos.
- Espírito
Santo
O levantamento aponta que há continuidade dos processos erosivos sobre a
modelagem do litoral. A tendência tem sido agravada pela intensa urbanização. O
uso urbano inapropriado é também responsável por eventos erosivos nos setores
onde a linha de costa apresenta-se bastante recortada e com tendência natural a
estabilidade. Tendências progradacionais são evidenciadas nas planícies
costeiras próximas as principais desembocaduras fluviais como do rio Doce e rio
Itabapoana, no limite com o Rio de Janeiro.
- Maranhão
Em comparação aos estudos das zonas costeiras dos setores nordeste,
central e sul do Brasil, os estudos são bastante recentes, e localizados, em
função também das dificuldades de acesso e devem nos próximos anos trazer novos
cenários.
- Pará
A erosão praial é um dos fenômenos mais impressionantes entre os
processos costeiros, que acabou transformando-se em um problema emergencial.
Estudos mostram que maisde 70% das costas arenosas têm exibido uma tendência
erosiva nas últimas décadas, menos de 10% apresentam progradação entre 20 e 30%
e mostram-se estáveis. Trabalhos descritivos de erosão na zona costeira
paraense são escassos: as primeiras investigações sobre este tema se iniciaram
no ano de 2000.
Esta tendência à erosão das praias arenosas, nos dias de hoje, têm sido discutidas por numerosos autores, e a maioria deles admite um aumento do nível do mar relativo, como causa mais importante.
Esta tendência à erosão das praias arenosas, nos dias de hoje, têm sido discutidas por numerosos autores, e a maioria deles admite um aumento do nível do mar relativo, como causa mais importante.
- Paraíba
Situação alarmante, com quase 50% da costa ameaçada pela erosão. Este
número decorre do fato deste trecho de linha de costa estar situado em um setor
da costa brasileira caracterizado por um tendência de longo prazo para a erosão
costeira. Esta tendência tem sido exacerbada por padrões inadequados de
ocupação dalinha de costa. Cerca de 42% experimentam recuo da linha de costa,
33% experimentam progradacão e apenas 21% encontram-se em equilíbrio. Outros 4%
estão estabilizados por obras de engenharia.
A zona costeira, de 140 km, é composta por 13 municípios onde vivem aproximadamente um milhão de pessoas. A erosão costeira têm constituído um grave problema no Estado da Paraíba, resultando em perda de propriedades e no investimento de recursos significativos para a construção de obras de proteção.
A zona costeira, de 140 km, é composta por 13 municípios onde vivem aproximadamente um milhão de pessoas. A erosão costeira têm constituído um grave problema no Estado da Paraíba, resultando em perda de propriedades e no investimento de recursos significativos para a construção de obras de proteção.
- Paraná
No Paraná os problemas costeiros são decorrentes principalmente de uma
ocupação inadequada, muito próxima da linha de costa. Além da destruição das
dunas frontais que funcionam como estoque de areia para a praia, não foi
deixado espaço suficiente para que se processem os ciclos naturais de
progradação/retrogradação. Em alguns casos, a ocupação se deu invadindo a
própria praia, e alterando o equilíbrio do sistema praial.
- Pernambuco
No litoral de Pernambuco, a erosão marinha é um problema verificado em
aproximadamente 1/3 das praias. Os fatores que contribuem decisivamente para
este processo são vários. Em algumas praias é produto direto das intervenções
do homem, seja por ocupação das áreas adjacentes a praia (impermeabilização dos
cordões marinhos arenosos holocênicos) e até das pós-praia, como é o caso
particular da praia de Boa Viagem (zona metropolitana do Recife) e do litoral
de Olinda e de Paulista; seja pela construção de estruturas rígidas artificiais
de proteção contra o processo erosivo, muitas vezes implantadas sem
conhecimento técnico.
- Piauí
O Estado foi o único que não teve o litoral pesquisado pelo Ministério do
Meio Ambiente no estudo.
- Rio
de Janeiro
O litoral do Rio de Janeiro se divide em três grandes compartimentos. No
segmento oriental, que se estende do limite com o Espírito Santo ao Cabo Frio é
amplamente dominado pela orla da planície geral, de fragilidade da linha de
costa. Na margem direita da desembocadura do rio Paraíba do Sul apresenta em
pequeno trecho o mais intenso fenômeno erosivo de todo o litoral do Estado,
seguido, logo ao Sul, por um trecho com tendência de progradação. Ao Norte da
desembocadura, até o rio Itabapoana, um embaiamento parcialmente protegido pelo
litoral protuberante do Espírito Santo apresenta fenômenos erosivos localizados
especialmente em pequeno trecho de falésias sedimentares ativas.
Do Cabo Frio à Ilha da Marambaia, a ação de fortes ondas e de tempestade com ocasionais eventos erosivos é significativa. O terceiro setor é caracterizado pela planície costeira da baía de Sepetiba protegida das ondas de tempestade pela restinga da Marambaia e pelo predomínio de costões rochosos e planícies costeiras de pequena expressão da baía da Ilha Grande, parcialmente protegido pela Ilha Grande, apresentando fenômenos erosivos localizados e de pequena amplitude.
Do Cabo Frio à Ilha da Marambaia, a ação de fortes ondas e de tempestade com ocasionais eventos erosivos é significativa. O terceiro setor é caracterizado pela planície costeira da baía de Sepetiba protegida das ondas de tempestade pela restinga da Marambaia e pelo predomínio de costões rochosos e planícies costeiras de pequena expressão da baía da Ilha Grande, parcialmente protegido pela Ilha Grande, apresentando fenômenos erosivos localizados e de pequena amplitude.
- Rio
Grande do Norte
Registros atuais de erosão costeira estão presentes em muitos trechos do
litoral norte-rio-grandense, com origem atribuída principalmente ao reduzido
aporte fluvial de sedimentos, decorrentes das pequenas dimensões das bacias
fluviais regionais, e a perda de sedimentos para o continente, com a formação
dos campos dunares. A deriva litorânea, também tem um papel importante na
distribuição de sedimentos ao longo dessa faixa costeira.
- Rio
Grande do Sul
A maior parte da costa gaúcha está submetida a processos erosivos com
taxas que excedem a 100m em 22 anos. Estas áreas estendem-se por
aproximadamente 378 km. As zonas costeiras ao sul do molhe da barra da Lagoa
dos Patos e ao norte do arroio Chuí apresentam um balanço entre as taxas de
suprimento e de remoção de sedimentos para o período de 22 anos, com variações
da linha de praia inferiores a 20m. As tendências de evolução da linha de
costa, estabelecidas pelos extremos erosivos e deposicionais, resultam da
complexa interação entre as taxas de variações relativas do nível do mar, as
taxas de suprimento sedimentar, a dinâmica das ondas e os impactos produzidos
por ondas de tempestades. Estudos sobre as taxas de variações do nível do mar
para esta região indicam elevações da ordem de +0,62 mm/ano, como estabelecido
a partir dos dados do marégrafo de Punta del Este - República do Uruguai, entre
os anos de 1901 e 1992.
- Santa Catarina
Pode-se constatar evidências erosivas na maioria das praias estudadas,
evidências estas, associadas a processos naturais da dinâmica praial, geradas
pelos agentes naturais transformadores da morfologia praial, como ondas,
correntes, marés e ventos. Estes processos além de diminuírem a faixa de areia
da praia e o consequente recuo da linha de costa, comprometem as ocupações
próximas ao ambiente praial, pois favorecem o avanço do mar propiciando o
alcance de ação das ondas em episódios tempestivos. A intensificação dos
processos erosivos está intimamente relacionada com as ocupações
indiscriminadas que se instalam junto à praia. Nas praias com pouca ocupação
urbana, após os processos erosivos, constatou-se a recuperação do perfil praial
com ganho sedimentar. Nas praias com densa ocupação urbana junto ao ambiente
praial, a duna frontal foi descaracterizada, impedindo consequentemente a troca
de sedimentos. Nestas, os processos erosivos foram intensificados pela ação
antrópica ocorrendo o recuo da linha de costa, como foi observado nas praias de
Armação, Barra da Lagoa, Canasvieiras e Ingleses.
- São
Paulo
O litoral do Estado de São Paulo apresenta aproximadamente 400 Km de
extensão, sendo em grande parte constituído por praias arenosas. Ao contrário
de muitos estados brasileiros, não são observados segmentos contínuos
submetidos a processos generalizados de erosão ou progradação. O que existe são
segmentos restritos de linha de costa, submetidos a processos erosivos ou
acrescionais, sendo estes, em geral relacionados com a existência de obstáculos
naturais ou construídos, que alteram a dinâmica sedimentar original. Tanto os
obstáculos naturais como os construídos modificam a interação da posição
geográfica da linha de costa com o trem de ondas.
- Sergipe
Em comparação com outros estados do Nordeste, a erosão costeira não é um
problema particularmente grave. Especial atenção deve ser dada pelos
planejadores na ocupação dos trechos classificados como de "Elevada
Variabilidade", associados às desembocaduras dos rios Real, Vaza Barris e
Sergipe, onde episódios erosivos localizados já causaram significativas perdas
materiais.
Fonte:
http://noticias.uol.com.br/
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