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Apesar do
clima anormalmente frio em março, o Ministério das Situações de Emergência
(MSE) da Rússia divulgou um relatório assustador, em que se afirma que a
temperatura no Ártico pode subir em 7 graus até o fim do século XXI.
Segundo este
prognóstico, em resultado começarão a derreter-se gelos, será elevado o nível
de água no oceano mundial, ficando na zona de inundação ilhas e territórios
costeiros de muitos países. Mas a humanidade não é ameaçada apenas por dilúvio:
por causa de alterações climáticas aumentará o número de catástrofes
antropogénicas e naturais.
Não é o
primeiro ano que especialistas assustam com consequências drásticas da mudança
do clima da Terra. Infelizmente, uma parte destes prognósticos torna-se
realidade. Cresce cada vez mais o número de fenômenos naturais anômalos, diz o
coordenador do programa “Clima e Energia” do Fundo Mundial para a Natureza
(WWF) da Rússia, Alexey Kokorin:
“Os MSE e
todos os departamentos análogos de outros países estão sempre assustando. Mas a
afirmação de que a temperatura no Ártico irá subir em sete graus até o fim do
século é um prognóstico médio ponderado. O clima irá alterar-se na região tanto
por temperatura, como por outros parâmetros e as mudanças serão muito mais
sensíveis que, por exemplo, nas zonas tropicais. À primeira vista, a diferença
entre 45 e 30 graus negativos não é muito grande. Mas o problema consiste em
número de fenômenos climáticos anômalos e não em índices de temperatura”.
Está claro
que a subida do nível de água no oceano mundial ameaçará em primeiro lugar os
Estados ilhéus. Mas ninguém está garantido contra anomalias naturais. Já hoje
muitos cientistas supõem que sua frequência cresça na medida do afastamento da
linha equatorial aos polos. Tal significa que a Rússia enfrentará cada vez mais
tais fenômenos anômalos. Contudo ainda é muito prematuro afirmar qua a Rússia e
o resto do mundo serão postos à beira de sobrevivência, considera a
especialista-chefe do centro Phobos, Elena Volossyuk:
“Tudo não
está ainda tão feio. Falando, em particular, da atual primavera, o inverno
prolongado na Rússia pode agravar a situação só do ponto de vista de cheias
primaveris, que serão mais curtas e bastante intensas, levando a consequências
negativas”.
O desequilíbrio
climático e a subida da temperatura ameaçam não apenas com um aumento do número
de anomalias naturais. Muda também o habitat de animais e plantas, diz Alexei
Kokorin, especialista do WWF da Rússia:
“Não se deve
pensar que teremos leões africanos. Não acontecerá nada de semelhante. Chegarão
carrapatos, que transmitem encefalite e que agora suportam melhor o inverno, ou
bóstricos, cujo número cresce sobretudo na região de Moscou, onde, segundo
algumas avaliações, a maior parte de florestas é ameaçada por estes insetos.
Heracleum, planta a que estamos acostumados em Moscou, já começa a conquistar a
Carélia e a região de Murmansk, no norte do país”.
Os
problemas, contudo, podem surgir não apenas em terra, mas também em água, diz
Vyacheslav Dubynin, professor da Faculdade de Biologia da Universidade de
Moscou:
“A fauna
marítima também pode apresentar problemas. Medusas, por exemplo, migram do sul
para o norte, nadando atrás de plancto e causando problemas da alimentação para
espécies de peixes autóctones, que se substituem por naturais de águas
meridionais”.
Um dos
últimos exemplos alarmantes que preocupou cientistas: no Adriático foi pescado
um dos peixes mais venenosos no mundo, o fugu, que habita águas quentes do
Pacífico. Um peixe contém uma dose letal de tetrodotoxina, capaz de matar 50
pessoas.
fonte;http://portuguese.ruvr.ru/2013_03_25/A-espera-de-catastrofes/
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