Eventos
de extinção em massa: um mistério de 200 milhões de idade
Cinco vezes
na última metade de um bilhão de anos, extinções em escala global dizimaram uma
fração significativa da vida na Terra – e cada uma dessas extinções apresenta
um grande quebra cabeças.
A mais
recente e mais familiar é a extinção que dizimou os dinossauros, entre os
períodos Cretáceo e Terciário, cerca de 65 milhões de anos atrás.
Mas, antes
disso, 205 milhões de anos atrás, foi o “Evento do Fim do Triássico”, que preparou
o palco para o Período Jurássico, que viu a ascensão para a proeminência dos
dinossauros.
Exatamente o
que aconteceu que matou metade das espécies do planeta, no entanto, permanece
um mistério.
Na costa de
Somerset, no Reino Unido, pesquisadores americanos estão tentando desvendar
esses mistérios.
Paul Olsen
era uma das poucas pessoas que acreditava que um impacto gigante de um objeto a
partir do espaço começou a extinção, bem como o impacto que muitas pessoas
acreditam que causou a extinção dos dinossauros.
“Eu
argumentava que tinha sido um impacto com base no padrão de extinção, que se
parece muito com o do Período Cretáceo/Terciário, e porque eu descobri uma
‘anomalia de irídio’”, explicou Paul.
“Irídio é
muito raro na crosta terrestre, mas relativamente abundante em materiais
extraterrestres, então uma abundância desse elemento sugere que houve um
impacto naquela época”, sugeriu.
Mas a
ciência evoluiu. Outros pesquisadores descobriram que fluxos de lava enormes de
uma onda de atividade vulcânica no Oceano Atlântico também ocorreram exatamente
no mesmo tempo. E Paul encontrou outras anomalias de irídio em alturas
diferentes, nas proximidades.
“Não foi tão
simples explicar as extinções como o resultado de um impacto gigante, mas mais
simples de explicar como resultado dos fluxos de lava gigante”, disse Paul.
Embora possa
ter tido um efeito sobre a vida na Terra, o impacto não parece alinhar no tempo
com a atividade vulcânica e a extinção. Mas, como é tão frequentemente o caso
com o registro de eventos sobre a superfície da Terra, mais dados são
necessários, e Paul está martelando pedaços dele, levando as amostras de volta
para os EUA para análise.
Gareth
Collins, especialista em impacto, diz que qualquer um que tentar desvendar os
detalhes de eventos de extinção, “se forem honestos consigo mesmos, diriam que
nunca vamos saber”. É tudo demasiado complicado para descobrir a partir de
registro fóssil.
Em contraste
com o princípio orientador da ciência, qualquer suposição não leva a predições
testáveis.
“Acho que
estamos ainda um pouco distantes de entender exatamente qual foi a causa da
extinção em massa, e responder a questão mais geral de saber se as extinções em
massa têm uma causa comum ou se cada uma é um evento que precisa ser
considerado isoladamente”, disse ele.
A extinção
entre Cretáceo e Terciário, por exemplo, mostra mais uma vez uma grande
quantidade de atividade vulcânica, e prova irrefutável de um impacto gigante.
Pode ser que
todas as “cinco grandes” extinções envolveram tanto um clima interrompido
devido a emissões vulcânicas, como alguma coisa caindo na Terra? Esses
mistérios perdurarão por algum tempo.
Porém, é
importante estudá-los. Seria interessante entendermos eventos de extinção em massa,
pois eles pontuam a evolução e são tão importantes, se não mais importantes, do
que o tipo de mudanças incrementais que ocorrem entre essas extinções. Eles
“limpam a lousa” e permitem que a próxima era comece e as espécies dominantes
evoluam.[BBC]
http://hypescience.com/eventos-de-extincao-em-massa-um-misterio-de-200-milhoes-de-idade/
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