quinta-feira, 21 de março de 2013

China avança na conquista do mercado mundial de armamentos


China avança na conquista do mercado mundial de armamentos

 © SXC.hu

O dragão chinês deu um novo pulo nos mercados globais, aparecendo pela primeira vez entre os cinco maiores fornecedores de armas.

O fato é constatado na edição de 2012 do relatório sobre o comércio de armas emitido pelo Instituto Internacional de Pesquisas da Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês). Trata-se da primeira alteração dentro do quinteto de líderes operada desde o fim da guerra fria. De modo que a China se tornou o primeiro país do continente asiático membro do clube dos maiores exportadores mundiais de armas.
De acordo com os dados do mencionado centro analítico, no período entre 2008 e 2012, a China respondia por 5% das transações de armas convencionais, enquanto no quinquênio anterior sua participação na exportação mundial tinha constituído apenas 2%. Para deslocar a Grã-Bretanha, que ocupava a quinta posição, a China mostrou inusitados ritmos de crescimento da exportação de armas – 162%, o que é 13 vezes maior do que o indicador médio do conjunto dos cinco líderes mundiais em sua já antiga configuração, isto é, EUA, Rússia, Alemanha, França e Grã-Bretanha. Alexander Larin, analista do Instituto do Extremo Oriente, disserta sobre os fatores que possibilitaram a arrancada da China:
"A vantagem da China consiste em que vende mais barato do que os demais. A cooperação técnico-militar com a Rússia, o fato de vender armas e transferir licenças de sua produção à China, também ajudou-lhe muito. Graças à assistência da Rússia, a China vem produzindo modernas armas de artilharia, sistemas de mísseis tácticos, motores e componentes para aviões. Em muitas ocasiões, a transferência de tecnologia foi restringida pela cláusula proibindo a China de vender a produção fabricada sob esta ou aquela licença a terceiros países. No entanto, a China modificava um pouco, digamos, o calibre de sistemas de artilharia entrando com estes em mercados exteriores. Tal fenômeno existe já há muito tempo."
Entre os principais compradores de armas chinesas figuram países como Paquistão, Egito, Bangladesh, Namíbia e Sri-Lanka. Só o Paquistão comprou ultimamente na China 50 caças JF-17 e 203 carros de combate МВТ-2000. Na exportação de tanques, a China avançou para o segundo posto no mundo após a Rússia, ultrapassando a Alemanha, a França e a Grã-Bretanha. Os principais compradores de tanques “Made in China” são países da África. O Ocidente, ao ceder seus nichos neste mercado à China, segue acusando-a de abarrotar com armas os regimes africanos que desrespeitam os direitos humanos. A China não aceita essas censuras, alegando a transparência das transações e sua plena conformidade com as normas do comércio internacional de armas.
O novo salto do dragão chinês no mercado global de armas poderá voltar a irritar os EUA e a UE, que, castigando a China por violação de direitos humanos, mantêm embargos à exportação para este país de tecnologias de duplo uso e sistemas de armas modernos. Nesse sentido, um dos argumentos da União Europeia a favor da vigência de tal regime discriminatório consiste, em particular, no fato de a China copiar com êxito tecnologias e armas ocidentais, sendo capaz de as reexportar e, desta maneira, consolidar suas vantagens competitivas nos mercados globais.
Portanto, não se exclui que a Alemanha e a França, antecedendo muito pouco à China nas relações de exportadores mundiais de armas, endureçam suas posições no tocante ao embargo da UE sobre fornecimento de armas modernas à República Popular da China.
Isto poderá ser feito também sob pressão dos EUA e seus aliados asiáticos. O Japão, por exemplo, em várias ocasiões e a diferentes níveis exorta Bruxelas a não levantar a proibição de vender armas à China. No dia 18 de março, o governo japonês exprimiu a Paris sua preocupação com o contrato entre a DCNS, uma importante empresa francesa de construção naval, e a China, o qual prevê venda a esta última de equipamentos que facilitam pouso de helicópteros a bordo de navios sob condições meteorológicas adversas.


fonte;http://portuguese.ruvr.ru/2013_03_20/china-avanca-na-conquista-do-mercado-mundial-dos-armamentos/

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