No céu
estrelado um cometa foi visto
AFP
Este ano
tem sido generoso em surpresas para os amantes da astronomia. Ele será
recordado não só pelas passagens de asteroides pelas nossas proximidades e
pelas chuvas de estrelas cadentes, mas também por alguns cometas brilhantes.
Um deles se
aproximou, no domingo passado, da Lua em quarto crescente e de Júpiter,
formando um belo triângulo. Estes momentos raros são especialmente procurados
pelos fotógrafos. Neste momento, o cometa está se afastando do Sol, mas
continuará a ser bem visível até ao fim de março.
O cometa
recebeu o nome de PanSTARRS, pelo nome do telescópio panorâmico de observação
no Havaí que o descobriu pela primeira vez em junho de 2011. O cometa é
visível a olho nu desde o início de março de 2013. No entanto, os
cientistas se enganaram nas previsões, de acordo com as quais o brilho do
PanSTARRS deveria igualar o de Vénus – o cometa tem um brilho quatro vezes
inferior. Ele também não é fácil de observar: aparece por pouco tempo na
penumbra que se segue imediatamente após o ocaso do Sol e a pouca altitude do
horizonte. O problema é a visibilidade do cometa depender do ponto em que se
encontra a Terra na sua órbita quando o cometa se aproxima do Sol. Eis o que
nos conta Dmitri Vibe, chefe do departamento de Física e Evolução das Estrelas
do Instituto de Astronomia da Academia de Ciências da Rússia:
"As
circunstâncias às vezes são mais favoráveis, como aconteceu no caso do cometa
Hyakutake em 1996, ou com o cometa Hale-Bopp em 1997, quando os cometas são
visíveis por muito tempo num céu escuro. Mas na maioria dos casos os cometas
são visíveis a pouca distância do Sol. O seu brilho está diretamente associado
à sua proximidade do nosso planeta."
Depois da
descoberta do cometa PanSTARRS, os astrônomos chegaram à conclusão que ele
raramente visita o Sistema Solar, talvez até seja a primeira vez. Isso
significa que esse corpo celeste veio da nuvem de Oort, uma esfera gigante
feita de blocos de gelo que se estende por um ano-luz à volta do Sol. A órbita
do visitante a partir da nuvem se apresenta como uma oval muito estendida e é
muito difícil determinar os seus parâmetros. Isso resulta numa grande
disparidade de previsões para quando será a próxima aproximação do
PanSTARRS ao Sol. Foram adiantados números como os 106 e os 110 mil anos e
mesmo os 100 milhões de anos. Houve suposições que ele nem voltaria ao Sistema
Solar, continua Dmitri Vibe:
"As
órbitas dos cometas que não se afastam muito do Sol podem ser determinadas com
grande precisão. O mais conhecido é o cometa Halley. Quanto mais longe está o
cometa do Sol, mais difícil é determinar a sua órbita. Por isso, eu não diria
que os diferentes investigadores insistem em diferentes valores. Essa
discrepância apenas demonstra a nossa dificuldade em determinar esse tipo de
órbitas."
Os núcleos
gelados dos cometas da nuvem de Oort têm uma superfície escura característica
que é o resultado da ação sobre o gelo das partículas interestelares de alta
energia. Aliás, isso também provoca erros nas previsões sobre a fusão do gelo e
o aumento do seu brilho durante a sua aproximação ao Sol. O estudo desses
corpos forneceria à ciência dados importantíssimos, considera Serguei Smirnov,
secretário de imprensa do Observatório de Pulkovo:
"Seria
bom ter aparelhos espaciais já preparados para se aproximarem desses corpos. Mas,
devido à sua grande velocidade, seria muito difícil pousar e tentar recolher
amostras da sua composição. Com o futuro desenvolvimento da astronavegação,
seria muito interessante interceptar esses objetos da nuvem de Oort."
Neste
momento não é só o PanSTARRS que dá alegrias aos astrônomos amadores. Eles
também podem observar o cometa Lemmon, que possui uma rara cor esverdeada,
assim como 4 asteroides, mas isso só com telescópios. No outono, aguarda-os o
ISON, um dos cometas mais brilhantes, que irá ofuscar mesmo a Lua cheia e será
visível de dia.
fonte;http://portuguese.ruvr.ru/2013_03_18/O-ceu-estrelado-ofereceu-um-cometa/
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