A boa
notícia foi anunciada na Conferência sobre Retroviroses e Infecções
Oportunísticas, em Atlanta (EUA). Um bebê nascido na área rural do Mississipi
(EUA) foi curado da AIDS depois de ser tratado com um “regime agressivo de
drogas” logo após o nascimento.
O fato
aconteceu há 2 anos e meio, e abre as portas para que milhares de bebês que
nascem com AIDS sejam curados também. Se confirmado, será o segundo caso de cura da
doença.
Nascido com
AIDS
Muitas
pesquisas evidenciam que tratar bebês nascidos de mães portadoras do HIV com
drogas anti-retrovirais pode prevenir infecções. Há até mesmo uma combinação de
drogas, chamada de Truvada, que foi aprovada para este objetivo em julho de
2012.
Entretanto,
este não foi o caso do bebê em questão, que passou por cinco testes para HIV e
teve resultado positivo em todos eles.
Os dois
primeiros testes, feitos com intervalo de uma hora, indicavam 20.000 cópias do
vírus por mililitro, o que é considerado baixo para um bebê. Entretanto, como
os testes deram positivo logo após o nascimento, os médicos acreditam que a
infecção aconteceu no útero, e não no nascimento.
Ataque
precoce
Normalmente,
o vírus infecta primeiro o sangue e depois migra para outros órgãos,
escondendo-se em células infectadas, mas que não ficam doentes, e que servem
para disparar novos surtos da doença. São os chamados repositórios virais, que
tem frustrado tratamentos até hoje.
No caso
desta criança recém-nascida, a médica tomou uma decisão incomum: administrar
não apenas a Truvada, mas um regime triplo de drogas, que são usadas para
tratar a infecção, e em dose maior.
A intenção
da Dra. Hannah B. Gay, professora associada de pediatria, era iniciar o
tratamento da doença imediatamente, antes mesmo dos resultados confirmarem a
infecção. A administração das drogas começou 30 horas depois do nascimento.
Aos 18 meses
de tratamento, por razões que não são claras, a mãe da criança parou de levá-la
ao hospital, não comparecendo às consultas marcadas. Quando trouxe a criança
novamente ao médico, aos 23 meses, apesar de ela não estar recebendo a
medicação há 5 meses, os exames não detectaram qualquer carga viral.
Cura?
O caso é
bastante polêmico, por que se trata de apenas um paciente. A Dra. Gay aponta
que é importante testar o procedimento em outros bebês nascidos de mães
portadoras de HIV, para ter a confirmação de sua eficácia.
Outros
pesquisadores alertam também para o fato de que é preciso primeiro confirmar
que a criança estava realmente infectada com o vírus.
Por fim,
este tratamento tem pouca ou nenhuma relevância para pacientes adultos ou
adolescentes que são diagnosticados bastante tempo depois da infecção inicial.
Mas é
possível, neste caso, que a decisão da médica de iniciar um tratamento
anti-retroviral agressivo menos de 31 horas depois do nascimento possa ter
levado a sua cura – as drogas teriam atacado o vírus antes da formação dos
assim chamados reservatórios virais.
A esperança
é que, se confirmada a cura, este tratamento seja adotado em países pobres,
onde muitas crianças nascem de mães portadoras de HIV. [ScienceDaily, Forbes,WallStreet Journal, NY Times]
Por Cesar Grossmann em 4.03.2013 as 13:18
fonte;http://hypescience.com/curamos-a-primeira-crianca-de-aids/
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