domingo, 13 de janeiro de 2013

AEROGEL- A magia científica


AEROGEL- A magia científica



O aerogel e o cientista Peter Tsou, do JET ̶ Jet Propulsion Laboratory, do California Institute of Tecnology/NASA.

Quando a Nasa batizou de Stardust ("poeira estelar") a primeira missão destinada a trazer amostras de um cometa para a Terra, seus cientistas imaginaram que era isso o que iriam encontrar na volta: poeira estelar.

Quase caíram para trás ao descobrir que esses corpos celestes também têm em sua receita minerais que ocorrem mais perto da Terra do que das lonjuras gélidas que esses bólidos habitam, na fronteira do Sistema Solar.

Os resultados das primeiras análises de fragmentos de poeira que a Stardust coletou do cometa Wild 2 são publicados hoje na forma de uma série de artigos científicos na revista "Science" (www.sciencemag.org).

Assinados por 183 pesquisadores, eles questionam uma série de suposições dos astrônomos sobre o processo de formação do Sistema Solar, sugerindo que ele tenha sido criado por um processo de mistura gigantesco, do qual a composição dos cometas é testemunha.

Muita gente imaginava que os cometas se formassem em isolamento total do restante do Sistema Solar. Nós mostramos que isso não é verdade, disse o astrônomo Donald Brownlee, da Universidade de Washington (Estados Unidos), cientista principal da missão. Quando o Sistema Solar se formou, há 4,6 bilhões de anos, houve transporte de material do seu interior para o seu exterior. Eu imagino isso como o Sistema Solar se virando parcialmente do avesso, continuou.

Os cientistas ainda não sabem se essa mistura foi gradual ou súbita e nem quanto material foi transportado para além da órbita de Plutão, na região gelada conhecida como cinturão de Kuiper. Mas Brownlee estima que até 10% do material que forma os cometas venha da região interna do Sistema Solar, onde se encontra a Terra.


Aerogel

A Stardust, um projeto de US$ 212 milhões, foi lançada em 1999. Ela voltou à Terra em janeiro, após ter circulado em volta do Sol para capturar poeira interestelar e fragmentos de cometa, e de ter visitado o Wild 2 (pronuncia-se "vílt") para coletar amostras de pó comentário em suspensão no gelo na cabeleira do astro.

Foi a primeira vez que cientistas na Terra tiveram acesso a material vindo de fora da região interna do Sistema Solar. E a quantidade é de desanimar qualquer um: são apenas mil grãos de poeira, com diâmetro estimado em 5 a 300 milésimos de milímetro.

Esses grãos só puderam ser trazidos graças a um meio especial de captura, um aerogel (uma espécie de espuma) criado no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa.

Quando a Stardust passou perto da cabeleira do cometa, os grãos de poeira foram atirados como balas no aerogel, perdendo velocidade à medida que penetravam a espuma, até parar.

Muitos dos grãos continham minerais formados no interior do Sistema Solar, como a olivina (um mineral verde comum na Terra). Pelo menos um grão é formado de um mineral raro composto de cálcio e alumínio, formado nas regiões mais quentes do Sistema Solar.

Se esses materiais tivessem esquentado um pouco mais, teriam sido vaporizados, disse Brownlee. Esse tipo de mineral, segundo o cientista, é uma das primeiras coisas a se formar durante o resfriamento da nebulosa planetária, o disco de poeira e gás a partir do qual o Sistema Solar se formou. Nós não esperávamos encontrar nada do Sistema Solar interior. Mas isso apareceu logo na segunda amostra que analisamos, disse o pesquisador norte-americano.

Comentário

No site da Stardust existem várias fotos impressionantes do aerogel. As imagens ilustram a incrível capacidade de sustentação e resistência da substância. Duas gramas de aerogel podem erguer um tijolo de 2,5 kg. Apesar da aparência diáfana, "fantasmagórica", o aerogel é muito sólido e imune ao fogo.


Aerogel: sustentando um tijolo com leveza - 2 gramas para 2,5 kg.

O aerogel faz pensar nas incríveis proezas arquitetônicas da antiguidade. O modo misterioso como pedras imensas foram cortadas, trabalhadas, transportadas, para erigir enormes pirâmides, como no Egito e na América pré-Colombiana, monumentos como Stonehenge (Reino Unido), Mohenjo Daro (Índia), isso sempre foi considerado um grande mistério do passado.

Muitos estudiosos mais ousados sugeriram que os trabalhos de construção desses monumentos foram dirigidos por uma espécie de humanos muito mais avançada que a civilização contemporânea. Fala-se muito da teoria dos colonizares extraterrestres do planeta Terra.

Escrituras antigas, como os Vedas indianos, falam de "mestres da humanidade", dotados de imenso poder, iniciadores do homem terreno nas ciências, conhecedores de uma técnica "mágica" capazes de levantar colossos de pedra com grande facilidade.

Invenções como o aerogel mostram que é possível a existência de uma tecnologia cada vez mais sutil, leve, possivelmente invisível. Os microchips de computador estão ficando cada vez mais micro. A nanotecnologia está em todo lugar. Essa tecnologia pode ter existido no passado recuadíssimo, imemorial, dos povos de todo o mundo e sendo tão leve, pode ter desaparecido sem deixar vestígios.

A ciência parece estar chegando ao estágio da "magia racional", do fantástico que não é fantasia; antes, é perfeitamente explicável. Talvez daqui a centenas de milhares de anos, arqueólogos de outra Era examinarão os restos da civilização atual e nela não encontrarão vestígio de certas tecnologias; e também ficarão, sem poder explicar nossas gigantescas ruínas erigidas sem o recurso de máquinas enormes e instrumentos de ferro e aço. A Idade do Ferro acaba de receber o decreto do fim.

FOLHA/UOL – foi publicado em 15/12/2006

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