quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Sibéria será protegida por “olho espacial”

Sibéria será protegida por “olho espacial”

© SXC.HU
Na cidade siberiana de Tomsk irá ser construído um sistema espacial regional para sondagem remota da Terra. O seu lançamento está planejado para daqui a três anos. Ele permitirá monitorizar a situação das cheias por degelo, detetar poluição por hidrocarbonetos, prognosticar a acumulação de gelos nos rios durante o degelo e controlar a situação ambiental.

No projeto participam, além da administração distrital, a companhia Gazprom Sistemas Espaciais e a Universidade Estatal de Tomsk. Já este ano, será elaborado o estudo de viabilidade do sistema de sondagem remota.
A região siberiana possui toda a infraestrutura necessária para o seu funcionamento. Na Universidade de Tomsk foi construído o centro inter-regional de acesso por satélite, que é o maior complexo espacial para lá dos Urais. Ele pode fazer a cobertura de mais de cinco mil terminais de satélite oferecendo o pacote completo de serviços. Também se encontra em funcionamento o complexo informático com supercomputadores que permite um processamento de dados ultrarrápido, o seu armazenamento e transmissão aos consumidores.
A região possui duas universidades com ligações às grandes corporações, explica o secretário de imprensa do governador do Distrito de Tomsk, Konstantin Karpachev:
“Este projeto se encontra na ligação da ciência à indústria. O objetivo é o desenvolvimento permanente desse tipo de projetos, tanto com a criação de centros de investigação e desenvolvimento (I&D), como de centros académicos e industriais de colaboração entre os estabelecimentos de ensino superior e as empresas. As universidades de Tomsk possuem um grande potencial científico e têm uma boa base técnica e material. Ainda bem que as grandes corporações entendem isso e procuram a sua colaboração nos projetos a longo prazo.”
A Gazprom, que participa ativamente na execução do programa oriental do gás, está diretamente interessada na criação de sistemas regionais de sondagem remota regionais. Com a sua ajuda, a empresa poderá controlar em tempo real o estado das suas instalações industriais.
A Gazprom tem grandes planos para o desenvolvimento do sistema de transporte de gás da Sibéria e do Extremo Oriente russo. Entre eles está, nomeadamente, a construção do novo gasoduto Sila Sibiri (Força da Sibéria). A linha principal irá unir a Yacútia a Vladivostok passando por Khabarovsk. Neste projeto, o funcionamento do novo sistema de sondagem remota no Distrito de Tomsk será muito útil, considera o perito da Academia Russa de Cosmonáutica Yuri Karash:
“É precisamente graças à fotografia da Terra a partir do espaço que os construtores irão obter a informação atempada e pormenorizada sobre o estado dos solos, as cheias fluviais, o tempo, os fogos florestais, ou seja, sobre tudo o que possa interferir com a construção. Por isso, a Gazprom está certamente interessada na obtenção de uma informação em tempo útil a partir do espaço sobre as condições nestes ou naqueles setores da superfície terrestre e para ter uma informação em tempo real das condições meteorológicas nos locais de passagem dos gasodutos.”
Uma vantagem competitiva importante do Distrito de Tomsk para a criação do sistema de sondagem remota é o seu complexo académico-científico desenvolvido e um sistema de formação de quadros para a indústria espacial. O novo projeto de criação de um sistema de sondagem remota da Terra irá desempenhar um papel importante na modernização da economia dessa região da Sibéria.

Oleg Nekhai
fonte: http://portuguese.ruvr.ru/2013_08_07/Sib-ria-ser-protegida-por-um-olho-espacial-1204/

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