sábado, 4 de maio de 2013

Derretimento do Ártico acelera corrida por reservas minerais


Derretimento do Ártico acelera corrida por reservas minerais

por Redação do The New York Times
Reservas minerais aguçam interesse por países do Ártico. Foto: Reprodução/Internet
Sob o olhar preocupado das potências ocidentais, China conquista influencia em países do Ártico
Enquanto o Ártico derrete em uma velocidade recorde, superpotências correm para disputar influência política e posição econômica em regiões do Ártico antes considerados terrenos baldios e estéreis.
Em jogo estão as abundantes reservas de petróleo e gás mineral que, graças às mudanças climáticas, tornam-se cada vez mais acessíveis, bem como novas rotas de navegação polar. Este ano, a China adotou uma postura mais agressiva nesta disputa, o que causou alarde entre as potências ocidentais.
Diferentemente dos Estados Unidos, Rússia e alguns países da União Europeia, a China não dispõe de território no Ártico. Por conta disso, vem empregando todos os seus recursos diplomáticos para buscar apoio na região.
“Nos últimos dois anos, a importância do Ártico cresceu rapidamente na agenda diplomática da China”, diz Linda Jakobson, diretora do Instituto Lowy de Política Internacional. Segundo Jakobson, a China está tentando descobrir como entrar no “negócio”. Em agosto, o país enviou pela primeira vez um navio cuja rota cruzava o Ártico em direção à Europa. Agora, a China pressiona pela posição de observador permanente no Conselho Ártico, pequena organização internacional que conta com a adesão de oito países: Canadá, Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega, Rússia, Suécia e Estados Unidos.
No intuito de promover a indicação ao Conselho e melhorar as relações diplomáticas com os países do Ártico, a China enviou seus ministros em uma visita à Dinamarca, Suécia e Islândia, oferecendo lucrativos acordos comerciais. Diplomatas de alto escalão também visitaram a Groelândia, onde companhias chinesas estão desenvolvendo processos de mineração.
As potências ocidentais estão particularmente preocupadas com os movimentos da China em relação à Groelândia, país onde o derretimento da camada de gelo está revelando cobiçados depósitos de minerais, como metais raros essenciais para a produção de aparelhos tecnológicos. Não é de se estranhar que nos últimos 18 meses a secretária de Estado dos EUA, Hilary Clinton, e o presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, fizeram sua primeira visita a Kuupik Kleist, primeiro-ministro da ilha.
Em fevereiro de 2013, o Conselho do Ártico escolherá quais países serão aceitos como observadores permanentes. Embora Dinamarca, Suécia e  Islândia apoiem a entrada da China,  o Departamento de Estado dos EUA se recusa a comentar seu voto.

* Publicado originalmente no jornal The New York Times e retirado do site Opinião e Notícia.
(Opinião e Notícia) 

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