Liubov Kurianova
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RIA
Novosti
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Cientistas
japoneses planejam até 2017 “ressuscitar” um mamute. Atualmente genetistas de
todo o mundo já estão trabalhando em clonação de animais extintos ha dezenas de
milhares de anos. Alguns especialistas afirmam que dentro em breve a Terra irá
parecer com o filme holliwoodiano "O Parque dos Dinossauros", outros
exortam a não confundir a realidade e as campanhas publicitárias.
Já não é o
primeiro decênio que a ideia de clonar qualquer animal extinto está
impacientando os cérebros quase científicos e as amplas camadas da população.
No entanto, hoje em dia, ninguém fala a sério nem por brincadeira na
ressuscitação de répteis pré-históricos. Por encontrar-se no solo durante
períodos demasiado longos, seus ossos não se conservaram deixando só impressões
fossilizadas.
Mas o caso
do mamute-lanoso é bem diferente. A história destes animais começou quase
simultaneamente com a história do ser humano, embora o fim da primeira foi
muito mais precoce. Ao contrário dos dinossauros, cujos restos são encontrados
mais frequentemente em desertos cálidos e pedregosos, os mamutes jazem
congelados no permafrost das áreas circumpolares da Sibéria e América do Norte.
Essa espécie de “frigorífico” permitiu conservar seus tecidos brandos, ossos e,
às vezes, inclusive a pelagem ao longo de milhares de anos.
É a partir
daí que surge o milagre de clonagem de mamutes, na qual os cientistas pela
primeira vez – embora com enorme dose de ceticismo – começaram a falar a sério.
O único que os cientistas necessitam para tal é um fragmento de tecido da
espécie extinta que contenha ADN em estado de boa conservação. A materialização
do projeto é perfeitamente factível mas não produzirá nenhuns efeitos
positivos, acredita o biólogo, jornalista científico e editor do site Vechnaya
Molodost (Juventude Sempiterna), Alexander Chubenko:
“Não se sabe
de que maneira os genes se dispunham nos cromossomos, e não estou certo, aliás,
se é conhecido o número de cromossomos, porque o que podem conservar os tecidos
congelados até tal grau são apenas restos ou porções do ADN. Além disso, é
bastante duvidoso que o útero de elefante aceite um embrião de mamute, mesmo se
este for obtido. A ideia de Jack Horner, da Universidade do Estado de Montana,
é muito mais interessante e promissora. Ele pretende fazer uma “dinogalinha” ou
um “galinhassauro”. Trata-se de pegar na galinha e despertar nela os genes
adormecidos que atualmente já não funcionam, e então, talvez no final de várias
evoluções, do ovo de galinha sairia algo parecido a um filhote de dinossauro.”
Na opinião
do especialista, um experimento científico de tal natureza custaria cerca de 2
milhões de dólares, enquanto os gastos com a clonagem do mamute poderão
ascender até a vários bilhões. Empresários norte-americanos oferecem aos
inconsoláveis donos de mascotes finadas o serviço de “ressuscitação” destas por
uma remuneração incomparavelmente mais modesta: a clonagem de um cãozinho ou
gatinho amado custa nos EUA por volta de 250 mil dólares. Mas a clonagem de um
animal doméstico e a de um mamute são duas coisas bem diferentes, pois o
mamute, segundo acreditam muitos especialistas, simplesmente não seria capaz de
sobreviver nas condições atuais, porquanto o clima da Terra já não é semelhante
ao que existira há 400 mil anos.
Entrementes
alguns cientistas apenas estão dando os primeiros passos na tentativa de clonar
o mamute, outros, da Universidade de Nova Gales do Sul (Austrália), já
reproduziram o genoma de uma espécie rara de rã completamente extinta no início
da década de 1980. Aliás, os embriões obtidos não eram capazes de sobreviver. O
mesmo aconteceu com a cabra-montês pirenaica clonada em 2009, que morreu logo a
ter nascido. Não obstante a isso, os cientistas não ficam desencorajados
apostando na iminência de um salto qualitativo na clonagem de espécies
extintas. A que resultado poderão conduzir tais experiências? Não obteremos
acaso monstros?
De acordo
com o doutor em biologia, professor catedrático e diretor adjunto do Instituto
de Genética Molecular da Academia das Ciências da Rússia, Viacheslav Tarantul,
“está sendo debatido inclusive um projeto tal como a clonagem de um
homem-de-neandertal. Não é oHomo sapiens, mas sim a subespécie deste. É
uma questão controversa, bem como a clonagem do ser humano. Porque é desconhecido
o que é que vai crescer e como tratar tal criatura: como animal ou como humano?
Por fim, existem problemas técnicos, morais e, naturalmente, econômicos.”
Para além
disso, hoje existe mais um problema bastante importante. Na Yakútia, uma região
de permafrost que encerra enorme quantidade de formas de vida esquecidas,
desenrolou-se uma verdadeira guerra por restos fósseis de animais extintos. A
par de expedições devidamente autorizadas pelo Estado, na Yakútia estão
pirateando os “caçadores ilegais de mamutes”. Na sequência do banimento
mundial, em 1990, do comércio de marfim, os dentes dos elefantes, dos quais
fazem as mais variadas coisas – de peças de xadrez a adornos – só aumentarem em
preço. No mercado negro, um par de dentes do elefante pode custar até 75 mil
euros. Inclusive a primeira dama dos EUA, Michelle Obama, gosta de aparecer com
um colar de marfim.
Enquanto
alguns se dedicam a clonagem de espécies animais raras e outros fazem dinheiro
com a clonagem, no planeta persiste um problema muito mais importante. A
biodiversidade da Terra torna-se cada dia mais pobre. Por isso, muito em breve
pode acontecer que o mundo terá que refletir sobre a clonagem de tigres,
leopardos e rinocerontes ainda vivos.
fonte;http://portuguese.ruvr.ru/2013_04_28/os-mamutes-estao-voltando/
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