sábado, 25 de maio de 2013

Experiência única em Baikal

Experiência única em Baikal

RIA Novosti
Pesquisadores russos estão efetuando uma experiência única em Baikal. Uma estação sísmica está instalada no fundo do lago mais profundo do mundo, permitindo predizer fortes terremotos algumas dezenas de horas antes do cataclismo.
Equipamentos eletrônicos de alta precisão, montados no interior do corpo da estação, estão processando sinais recebidos a partir de captadores. Este computador, que funciona numa profundidade de aproximadamente 1.500 metros, tem por missão prever terremotos. A estação é capaz de receber mudanças mínimas do campo elétrico em grande profundidade. Teoricamente, o campo elétrico sofre alterações em profundidade logo que começar a atividade sísmica, fala o diretor do Instituto de Física Aplicada da Universidade Federal de Irkutsk, Nikolai Budnev:
“O campo elétrico tem um componente vertical que praticamente não pode ser medido. Ninguém conseguiu investigar este parâmetro até hoje. Baikal tem condições ideais para a medição, porque se trata de um meio heterogêneo. Para medir este componente, é necessário desenvolver uma instalação vertical de mais de um quilômetro de dimensão, que pode ser criada só em Baikal”.
A ideia de captar sinais de próximos terremotos pelo componente vertical do campo elétrico da Terra foi formulada por cientistas do Instituto de Física da Terra da Academia de Ciência da Rússia. Em Baikal, foi possível desenvolver uma instalação experimental que em 2007, três dias antes de um terremoto, registou mudanças bruscas do campo elétrico. Estas alterações foram sobretudo patentes 15 horas antes do sismo. A análise de dados mostrou que é o componente vertical do campo elétrico que sofre mudanças objetivas, continua Nikolai Budnev:
“Conhecemos agora que estas mudanças antecipam terremotos. Obtendo os dados preliminares, conseguimos criar uma instalação mais complexa com melhores parâmetros de medição do campo elétrico, a qual foi montada a 26 de março para efetuar medições de longa duração. Este é o sentido da experiência”.
A experiência está sendo efetuada em água doce de Baikal. Seus resultados, contudo, podem ser utilizados mais amplamente, ressalta Serguei Karataev, dirigente do projeto de monitoramento eletromagnético em águas profundas do lago Baikal, colaborador científico do Instituto de Física da Terra da Academia de Ciência da Rússia:
“Esta metodologia, após ter sido aperfeiçoada, do que estamos próximos, pode ser transferida para águas oceânicas, para prognosticar terremotos e tsunami. Mas não será possível utilizá-la em terra. Baikal estende-se anualmente em alguns centímetros em resultado de terremotos que acontecem. Estudamos agora a fratura mais ativa da zona do rifte de Baikal (separação da crosta terrestre). A instalação é capaz de descobrir sinais antecedentes de terremotos num raio de 50 quilômetros”.
 Como se sabe, os terremotos “maduram” durante um longo tempo. Cientistas já acumularam muitos dados sobre sua formação, que podem servir de bom instrumento para prognósticos de longo prazo. São, porém, não mais que uma indicação de construir prédios resistentes aos terremotos, etc. É muito mais difícil fazer um prognóstico de curto prazo. Esta tarefa está a ser resolvida através da experiência efetuada hoje por cientistas no lago Baikal.

Oleg Nekhai
fonte: http://portuguese.ruvr.ru/2013_04_01/Experirncia-nica-em-Baikal/

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