Descoberto sinal de planetas em órbita de estrelas mortas
De 1% a 3%
das estrelas anãs brancas Tem sinais de rocha em órbita, de acordo com análise
de astrônomos
Divulgação
Ilustração
de asteroide em deintegração, sob os raios de uma estrela anã branca
SÃO PAULO -
Usando detectores de radiação infravermelha do Telescópio
Espacial Spitzer, da Nasa, uma equipe de cientistas dos EUA e do Reino
Unido vasculharam o espaço ao redor de estrelas conhecidas como anãs brancas -
o remanescente da morte de um astro como o Sol - e determinaram que de 1% a 3%
delas, pelo menos, estão cercadas por rochas e poeira. Entre os pesquisadores
envolvidos estão Jay Farihi, da Universidade de Leicester, e Michael Jura e Ben
Zuckerman, ambos da Universidade da Califórnia, Los Angeles.
"O
brilho infravermelho da poeira ao redor dessas anãs brancas é um sinal de que
houve, ou há, planetas rochosos
nesses sistemas", diz Farihi. A equipe acredita que a poeira foi produzida
quando asteroides - os tijolos da construção de planetas - ao redor da estrela
foram puxados e empurrados pela gravidade estelar. A poeira então formou o
disco de material rochosos que o Spitzer detectou.
Em um estudo
anterior realizado pela mesma equipe uma amostra de oito anãs brancas revelou
ter vestígios de asteroides pulverizados. No novo trabalho, Farihi e seu grupo
analisaram sistematicamente anãs brancas ricas em metais e descobriram limites
estatísticos para a possível existência de planetas rochosos.
"Agora
sabemos de 14 anãs brancas cercadas por vestígios de poeira. Isso sugere que de
1% a 3% das estrelas tipo A e F da sequência principal - que são um pouco
maiores e mais quentes que o Sol - têm planetas rochosos como a Terra",
disse ele.
Anãs brancas
são os restos de estrelas de massa relativamente baixa, que já encerraram seu
estágio de gigantes vermelhas, algo pelo que o Sol passará dentro de bilhões de
anos. Uma anã branca pode ter o tamanho da Terra, mas conter a mesma massa que
o Sol. A estrela é tão densa que uma colher de chá de seu material pesaria
várias toneladas.
As
descobertas da equipe de Farihi foram apresentadas em
conferência da Semana Europeia de Astronomia e Ciência Espacial, na
Universidade de Hertfordshire.
Fonte: Estadão
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