Uma equipe
internacional de cientistas observou como o buraco negro supermassivo da Via
Láctea, com uma massa 4 milhões de vezes maior que a do Sol, segue devorando
matéria no centro da galáxia, informou nesta terça-feira, 18, o Centro Superior
de Pesquisas Científicas da Espanha (Csic).
Os
pesquisadores, alguns do Csic detectaram intensos brilhos de Sagittarius A
(SgrA), o buraco negro supermassivo, situado no centro da galáxia, a 26 mil
anos-luz da Terra, que revelariam a existência de nuvens de gás desgarradas ao
girar em grande velocidade ao seu redor, tal como comprovado pelos telescópios
VLT e Apex.
Os buracos
negros são difíceis de observar e este constitui um objetivo especialmente
complicado, já que no centro da Via Láctea há enormes quantidades de gás e pó
que fazem a radiação que emitem os objetos na longitude de onda visível (o tipo
de luz que vêem nossos olhos) se extinguir pelo caminho.
Os telescópios
VLT e Apex, situados no Chile, captam ondas infravermelhas e submilimétricas,
respectivamente, e trata-se da primeira vez que se obtêm medidas simultâneas de
uma fulguração com estes instrumentos.
"O SgrA
é visível na luz infravermelha durante curtos períodos de tempo, quando exibe
fortes brilhos. Como não se pode prever quando ocorrerão estas fulgurações, não
é fácil observá-las com dois telescópios que não estejam no mesmo lugar, porque
uma simples nuvem poderia tapar a região do céu que interessa", explica
Rainer Schödel, do Instituto de Astrofísica da Andaluzia, no sul da Espanha.
Após várias
noites de espera, os astrônomos encarregados do VLT descobriram que o SgrA se
ativava e que seu brilho aumentava cada minuto.
Eles
alertaram seus colegas do Apex e, durante as seis horas seguintes, todos
observaram violentas variações no brilho de SgrA, além de quatro fulgurações
maiores.
Como previam
os astrônomos, as fulgurações se registraram primeiro por ondas infravermelhas e,
uma hora e meia depois, em ondas submilimétricas.
Isto se deve
à expansão das nuvens de gás que finalmente caem ao buraco: a velocidade com a
qual giram nas últimas órbitas em torno do SgrA faz com que se estirem,
aumentando seu tamanho e voltando mais transparentes; é quando então a radiação
pode viajar através delas e chegar até a Terra, por fases.
Por
enquanto, segundo o analista, só se pode perceber "a emissão do SgrA como
um ponto de luz".
No entanto,
"como em termos astronômicos se encontra próximo à Terra e é relativamente
grande, em cinco ou dez anos esperamos ser capazes de observar diretamente o
gás que circula ao seu ao redor", acrescentou.
Fonte: Estadão
image;www.materiaincognita.com.br
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