Estrelas de neutrões podem ter seus próprios sistemas
As estrelas de neutrões podem ser centros de sistemas de corpos celestes, tal como o Sistema Solar. Astrónomos australianos afirmam que em torno de uma destas estrelas giram asteróides e, possivelmente, planetas.
Alguns de seus colegas acreditam que tal conclusão é controversa. Mas, se isso for verdade, pode existir um sistema de planetas junto a qualquer estrela.
Em seu artigo na revista The Astrophysical Journal Letters os astrónomos australianos dizem que notaram uma falha nos impulsos de uma das estrelas giratórias de neutrões, ou pulsar. Tais estrelas emitem um feixe estreito de ondas de rádio, às vezes juntamente com raios X e luz visível. O feixe gira com a estrela e ocasionalmente coincide com a direção da Terra. Estes sinais de impulso se repetem muito regularmente. Uma falha na frequência indica que algo aconteceu com a estrela.
Os cientistas australianos notaram tais falhas num pulsar na constelação de Puppis ao observá-lo através de seus radiotelescópios. Em 15 anos, os parâmetros do sinal têm mudado. Os cientistas concluíram que a estrela de neutrões está cercada por asteróides. Segundo eles, quando o poderoso feixe colide com um asteróide, este se evapora transformando-se em plasma. A cobertura de plasma envolve o pulsar na forma de um escudo magnético, retarda a sua rotação e, ao mesmo tempo, afeta o processo do nascimento do feixe.
Mas de onde apareceram asteróides junto do pulsar? Afinal, os pulsares são o que resta depois de explosões de super novas. Os autores da publicação supuseram que parte da substância dispersa da super nova, eventualmente, volta para trás e se junta num disco que circunda a estrela de neutrões. E dentro desse disco se formam de novo asteróides e talvez até planetas.
No entanto, as anomalias observadas dos impulsos podem também ser explicadas por outros fatores, diz o astrónomo Alexander Bagrov. No espaço interestelar há muitos pequenos corpos errantes como núcleos de cometas:
“Para cada estrela da galáxia existem pelo menos mil desses corpos errantes. Se um deles passar e colidir com uma estrela de neutrões, então é que surgem os fenómenos descritos pelos astrónomos australianos. Uma colisão com uma estrela de neutrões deve mudar o seu período de rotação. Eu considero esta publicação como uma prova de que com a estrela colidiu com um corpo galáctico errante, e não um asteróide que existia perto dela.”
No entanto, existem argumentos a favor da hipótese dos australianos. Em nossa galáxia foi descoberto pelo menos um pulsar com disco. E junto de outro, ainda em 1992, foram observados dois objetos semelhantes a planetas. O astrofísico Vladimir Surdin conta mais:
“Nós continuamos sem entender de que substância se formaram esses planetas, se tudo era suposto se dispersar no espaço na sequência da explosão. Por isso a ideia de que asteróides poderiam permanecer perto de um pulsar é bastante sensata. Um pulsar, enquanto jovem, é uma poderosa fonte de radiação de rádio e raios X. Seu feixe pode embater num asteróide e vaporizá-lo parcialmente, esta nuvem de plasma modifica a radiação do pulsar, impede-a de passar na nossa direção, para a Terra. Esta é uma ideia normal, está tudo certo com a física aqui. Claro, é preciso investigá-la e verificá-la, mas à primeira vista ela parece sensata.”
Outra coisa não está clara. Depois de explodir, uma super nova perde a maior parte de sua massa e, consequentemente, enfraquece também o campo gravitacional. Tudo o que girava em torno dela – planetas, asteróides, cometas – deveria deixar a vizinhança da recém-formada estrela de neutrões. No entanto, uma parte da substância dispersa pela explosão, por alguma razão, é travada e move-se de volta em direção ao pulsar, formando um disco.
As leis tradicionais da mecânica celeste não são capazes de explicar isso, enfatiza Vladimir Surdin. Aparentemente, o fenómeno é muito mais complexo do que nós podemos imaginar.
Fonte: Voz da Rússia
http://ultimas-curiosidades.blogspot.com.br/2014/02/estrelas-de-neutroes-podem-ter-seus.html
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