Será que
a Europa se está transformando em continente de imigrantes?
EPA
Na
próxima cúpula da UE, agendada para os dias 24-25 de outubro, será examinada de
novo a questão do aperfeiçoamento da política migratória e da alocação de
recursos financeiros para esse efeito, informou o representante oficial da
Comissão Europeia, Michele Cercone.
As
discussões à volta dessa problemática voltaram a ganhar vulto após uma série de
incidentes trágicos ocorridos junto à ilha italiana de Lampedusa. Nos últimos
meses, no mar perto desta ilha morreram centenas de refugiados do norte da
África. O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schultz, anunciou que na UE
tem que ser criado um “sistema migratório legal” similar às ferramentas
existentes nos EUA, Canadá e Austrália. No essencial, a proposta se resume ao
seguinte: distribuir, de forma equilibrada entre os países comunitários, as
despesas crescentes com o fluxo migratório.
Segundo
estatísticas, em 2012, a escala da imigração ilegal para os países do Velho
Mundo rondou 72 mil pessoas, o que é 1,5 vezes mais do que no ano passado. A
Itália recebeu, conforme o canal televisivo France 24, 30 mil imigrantes
africanos, 4 vezes mais em relação ao ano transato. A Organização Internacional
de Migração (IOM na sigla em inglês) revela que, nos últimos 10 anos, perto do
litoral europeu pereceram 20 mil pessoas, vítimas de naufrágios diversos. No
entanto, o problema parece não ter solução adequada.
Há dias, o
Parlamento Europeu aprovou a criação de Sistema Europeu de Vigilância das
Fronteiras (Eurosur) a entrar em vigor a partir de dezembro de 2013. Supõe-se
que tal mecanismo possa detetar, inclusive por meio de drones, embarcações com
imigrantes a bordo e, se necessário, prestar-lhes socorro. Mas contribuirá essa
medida para a proteção das fronteiras? Conforme noticia o site EurActiv, a
Itália procedeu à realização de sua missão humanitária e, ao mesmo tempo,
militar no Mediterrâneo, prevendo-se operações conjuntas com os novos poderes
da Líbia, constata a politóloga do Instituto da Europa, Olga Potemkina.
"Tempos
houve em que a Líbia impedia o tráfico de escravos do interior africano. Hoje
em dia, a Comissão Europeia está travando debates sobre o alargamento de
competências da agência Frontex, visando a coordenação no processo de proteção
das fronteiras".
Seja como
for, os políticos parecem concordar com Martin Schultz sobre a necessidade de
elaborar enfoques comuns para a solução desse problema, sustenta Hannes
Swoboda, chefe da bancada parlamentar socialista do Parlamento Europeu.
"Deve-se
estabelecer um equilíbrio a nível europeu, sendo, pois, necessário identificar
as despesas e procurar uma solução que convenha a todos. Uma parte da
responsabilidade deverá recair sobre cada membro da UE".
fontes; http://portuguese.ruvr.ru/2013_10_15/Ser-que-a-Europa-se-transforma-em-continente-de-imigrantes-8716/
A opinião
do autor pode não coincidir com a opinião da redação.
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